Emplacamentos têm queda de 20% em JF
Reflexo da crise vivida pelo setor automotivo no país, Juiz de Fora registrou queda de 19,7% no emplacamento de veículos em 2015 ante a 2014, passando de 13.202 unidades para 10.593. Na análise por segmento, os caminhões tiveram retração de 27,6% e os automóveis e comerciais leves, de 27,4%. Na contramão, as motocicletas apresentaram aumento de 7,6% no número de emplacamentos. Os dados são do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv) e mostram a segunda queda anual consecutiva do setor na cidade, que de 2004 a 2013 experimentou uma expansão média de 10% ao ano nas vendas.
Para o presidente do Sincodiv-Minas, Camilo Lucian, a retração em 2015 já era esperada. Minas teve queda de 18,9% nos emplacamentos. “O setor já tinha expectativa de fechar o ano com números desfavoráveis. Com a baixa na atividade econômica, aumento do desemprego e inflação, o crédito ficou mais caro para o consumidor, que ficou ainda mais inseguro para investir em um veículo novo.”
A realidade juiz-forana corrobora o cenário brasileiro. Conforme balanço da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em 2015, houve queda de 21,85% nas vendas de unidades de veículos em comparação com 2014. No ano passado, foram comercializados 3.982.816, contra 5.096.207 no ano anterior. Diante do desempenho, as projeções para 2016 não são positivas. O ano não deve ser fácil para o setor automobilístico. Estudos da entidade mostram novo período de retração. O segmento de automóveis e comerciais leves deve ser o mais afetado, com queda de 5,9% nas vendas. Em seguida estão as motocicletas, com redução de 4,1%, os ônibus, com diminuição de 3,2% e os caminhões, com retração de 2,7%.
Na avaliação do presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o desempenho de 2015 foi motivado pelo momento político e econômico que o Brasil atravessa, comprometendo a oferta de crédito, níveis de emprego e renda, e os índices de confiança por parte de investidores e consumidores. “Nem mesmo as ações promocionais conseguiram atenuar os impactos negativos da crise, que afeta empregos e, principalmente, a confiança de quem vive, investe e consome no país. Assim, os reflexos sobre o setor automotivo são coerentes com esta situação.”
A entidade afirma, ainda, que as montadoras entram em 2016 com mais planos de corte de produção. “Sem perspectiva de melhora no mercado, várias empresas já anunciam extensão de lay-off, semana reduzida e programas de demissão voluntária (PDV)”, informou em nota. Em Juiz de Fora, a fábrica da Mercedes e o Sindicato dos Metalúrgicos fecharam acordo de garantia de emprego com validade até 30 de junho deste ano.