Trabalhadores da Mercedes-Benz em Juiz de Fora entram em greve por ganho real e equiparação de benefícios

Paralisação na data-base pressiona por reajuste salarial e revisão do vale-alimentação


Por Tribuna

18/09/2025 às 19h33

Mercedes Benz Fernando Priamo Arquivo TM
(Foto: Fernando Priamo/ Arquivo TM)

Os metalúrgicos da Mercedes-Benz em em Juiz de Fora entraram em greve por tempo indeterminado na última terça-feira (16). A paralisação, que teve adesão total da categoria, ocorre na data-base dos trabalhadores, em 1º de setembro, e tem como principais reivindicações o ganho real nos salários e a equiparação do vale-alimentação com outras unidades da empresa e do setor.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região, as negociações começaram em julho, após a entrega da pauta de reivindicações. A empresa apresentou proposta de correção pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC) para salários e vale-alimentação, mas a oferta foi rejeitada pela categoria.

Embora a Mercedes-Benz tenha solicitado uma negociação separada do sindicato patronal, prática que já vem sendo adotada nos últimos anos, o representante afirma que as discussões estagnaram nas últimas semanas. A proposta da empresa foi a correção do Índice de Preços ao Consumidor (INPC) para salários e vale-alimentação, o que foi recusado pelos trabalhadores.

“Não aceitamos apenas a correção do INPC. Queremos mais, queremos um ganho real na correção dos salários”, afirmou o presidente do sindicato, João César da Silva. Ele destacou que o vale-alimentação pago em Juiz de Fora, no valor de R$ 450, está abaixo do praticado por outras grandes empresas da cidade e da unidade da Mercedes-Benz em São Bernardo, que oferece R$ 700, além de alimentação.

Em maio, trabalhadores de São Bernardo firmaram acordo que garantiu reajuste de 1,4% de ganho real, conforme aponta. Para o sindicato, há incoerência em a mesma empresa praticar condições distintas entre unidades. “Essa busca nossa é secundária, temos que parar”, disse João, ao defender a equiparação.

Além do ganho real e da revisão do vale-alimentação, os metalúrgicos discutem outros pontos, como o retorno de férias. “As reivindicações não estão fora da realidade do que é praticado em outras grandes empresas e até em algumas de menor porte, que têm condições melhores”, acrescentou o dirigente sindical.

Durante a greve, os trabalhadores impedem a saída de cabines destinadas à unidade de São Bernardo. A expectativa é que a paralisação impacte a produção da fábrica paulista nos próximos dias.

O impasse segue sem previsão de término. Segundo João, A empresa informou à categoria que não negocia com a fábrica parada, enquanto o sindicato mantém a posição de não negociar com a produção em funcionamento. “Inclusive, vamos fazer plantão no final de semana para não deixar que nem entre nem saia nada”, disse João.

O presidente afirmou que o sindicato mantém a disposição para negociar a qualquer momento. “A retomada das negociações e a busca por uma solução dependem da disponibilidade da empresa em sentar à mesa. O sindicato reafirma sua abertura para negociar a qualquer momento e encontrar uma saída para o impasse que afeta centenas de trabalhadores”, concluiu.

A Tribuna entrou em contato com a Mercedes-Benz e aguarda retorno.

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