Transações via Pix crescem mais de 60% em Juiz de Fora
Conforme dados do Banco Central, Pix movimentou mais de R$ 1,7 bilhão na economia juiz-forana em 2023
Em um ano, as transações via Pix aumentaram cerca de 63% em Juiz de Fora. Conforme dados do Banco Central, em dezembro de 2023 foram realizadas 8.130.877 operações por parte de pessoas físicas na cidade. Já em 2022, o número foi de 4.989.848.
No acumulado dos últimos 12 meses, as transações com este perfil, que partiram de pessoas físicas, movimentaram mais de R$ 1,7 bilhão na economia juiz-forana. A cifra representa aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o valor movimentado foi de R$ 1,2 bilhão.
Com base nos dados disponibilizados pelo Banco Central, o economista da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gilson Machado, aponta que, no ano de 2023, o valor médio das transferências na cidade por meio do Pix foi de R$ 360,94 por usuário cadastrado. Quando se trata exclusivamente de pagamentos realizados por pessoas físicas essa média é de R$ 230,37. Já em relação ao pagamento feito por pessoas jurídicas, ou seja, empresas, o valor é maior, R$ 2.002,69.
O economista ainda aponta para um crescimento transacional em Juiz de Fora, ou seja, mais pessoas utilizando o Pix como forma de pagamento. Gilson ressalta que o aumento mais acentuado foi visto no número de operações de pessoas físicas para pessoas jurídicas, que cresceu 120% em um ano. “Podemos dizer que isso infere em uma utilização mais intensa dessa forma de pagamento no comércio. Algo que já é esperado, visto que o Pix, quando foi lançado pelo Banco Central, tinha o objetivo de ser uma alternativa aos meios de pagamento existentes, com maior flexibilidade, facilidade e disponibilidade. Ele funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, é prático e rápido de fazer. Ou seja, é a cara do comércio de rua, que exige uma dinâmica mais rápida, e beneficia tanto o pagador, pela facilidade, quanto o comerciante, que vai ter o dinheiro caindo na conta instantaneamente.”
Pix substitui outras formas de pagamento
Mas, afinal, é possível dizer que o Pix vai substituir outras formas de pagamento? Conforme o economista Gilson Machado, isso já vem sendo observado e é uma prática incentivada pelo Governo. A impressão de cédulas e a confecção de moedas é um serviço que sai caro aos cofres públicos. Por outro lado, o Pix possui custo de manutenção bem inferior, de um centavo a cada dez transações. “A popularização do Pix nesses últimos três anos é também o reflexo de uma sociedade mais conectada e que confia mais nos recursos digitais de pagamento.”
Como aponta pesquisa da empresa de consultoria McKinsey, que utiliza dados de 2022, o Pix é mais utilizado que o dinheiro. O estudo mostrou que as transferências, que englobam tanto o Pix quanto as transferências bancárias, representaram 14% de todas as transações financeiras realizadas pelas pessoas. Essa modalidade ficou em terceiro lugar entre os métodos mais utilizados, atrás dos cartões de crédito (38%) e dos cartões de débito (22%), que ainda são os preferidos pelos brasileiros. Os pagamentos em dinheiro aparecem em quarto lugar, com uma fatia de 10% das transações.
Novidades no Pix
Em 2024, duas novidades prometem alavancar ainda mais o uso do Pix como forma de pagamento: o Pix automático e o internacional. Uma já tem data de lançamento, o Pix automático estará disponível a partir de 24 de outubro e possibilitará o pagamento automático de despesas como energia, telefone, mensalidades escolares, academias, condomínios e assinaturas. Com funcionamento semelhante ao do débito automático, o novo mecanismo pretende facilitar pagamentos recorrentes. A principal vantagem em relação ao débito automático, além da instantaneidade nas transações, será a não cobrança de tarifas, no caso das pessoas físicas.
O Pix internacional, por outro lado, não tem previsão de lançamento. O objetivo é viabilizar operações internacionais por meio do recurso, visto que, atualmente, não é possível fazer uma transação do tipo para o exterior, já que a ferramenta é válida apenas para conta corrente, poupança ou conta de pagamento no território nacional. Conforme o Banco Central, a governança é o último entrave que precisa ser resolvido para a conexão entre os sistemas, enquanto as questões tecnológicas e de liquidação já foram superadas.