Greve prejudica abastecimento de combustível em Juiz de Fora
Se movimento continuar, postos afirmam que seus estoques devem durar só até segunda-feira
Atualizada às 21h27
A greve dos transportadores de combustível, que teve início na quarta-feira à noite, dia 6, já está comprometendo o abastecimento em Juiz de Fora. Em alguns postos, a informação, no início da noite de ontem, era de que não havia mais produto. Muitos tinham apenas etanol ou gasolina aditivada. A Tribuna entrou em contato com dez postos, e a maioria confirmou a possibilidade de falta do produto até segunda. A falta de combustível é consequência do movimento do Sindicato dos Transportadores de Combustível e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque), que está impedindo que o produto seja levado até os postos.
A informação do Sindtanque é de que a adesão teria chegado a 100% no estado. A categoria protesta contra a alta carga tributária que incide sobre os combustíveis, como PIS, Cofins e ICMS. A entidade quer que o Governo de Minas e o Governo federal recuem em relação aos aumentos das alíquotas, que elevam os custos do frete. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), por sua vez, está atuando junto às autoridades competentes para liberar do acesso aos terminais das distribuidoras paralisadas e garantir o reabastecimento.
Com medo de ficar com o tanque seco, os motoristas fizeram uma verdadeira peregrinação para abastecer seus veículos. No Posto Carrefour, o combustível acabou ainda durante a tarde, e o estabelecimento foi fechado. No Posto Padre Café, que fica na Avenida Itamar Franco, a informação passada pelo frentista à Tribuna, por telefone, era de que não havia mais produto. No entanto, ao chegar ao local, a reportagem constatou que alguns motoristas ainda conseguiam abastecer. Já no Posto Visão, na Avenida Deusdedit Salgado, no Teixeiras, ainda havia combustível, mas segundo o frentista, pelo movimento, que era muito grande, o estoque não iria durar até este sábado (9).
No Auto Posto Campeão, na Rua Teresa Cristina, no Bairro Mariano Procópio, a informação era de que a gasolina iria durar até segunda-feira (11). Situação mais tranquila foi constatada no Posto Paraibuna, na Rua Américo Lobo, no Manoel Honório, onde o proprietário confirmou a dificuldade enfrentada por conta da greve, mas disse que ainda está com carregamento cheio, porque as bombas foram guarnecidas recentemente. Ele, contudo, não soube precisar quanto tempo iria durar o estoque.
Mesma situação foi observada no Posto Cascatinha, na Rua Japiassu Coelho. Segundo o frentista, como a fila estava grande, ele não podia precisar qual era o estoque disponível. A procura também era intensa em outros postos próximos ao Bairro Cascatinha, como o Jardins e o do Supermercado Bretas. Já no Posto Moreira, em Santa Luzia, o estoque de gasolina comum havia acabado, restando apenas o da gasolina aditivada e do etanol, segundo o frentista que atendeu a reportagem. No Posto Romualdo, na Avenida Rio Branco, a gasolina comum só deveria durar até a manhã deste sábado, e o etanol, só até segunda-feira.
Em vários regiões do estado, foi registrada falta de combustível, inclusive em Belo Horizonte. Nas cidades da Zona da Mata, como Muriaé e Viçosa, a informação era de que não havia mais gasolina. Também no Rio de Janeiro o problema foi sentido. A situação é preocupante, pois vários estudantes da região vêm para Juiz de Fora, neste final de semana, para a realização das provas do Programa de Ingresso seletivo Misto da UFJF (Pism).
Por meio de nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), alertou sobre a situação e informou que não existe um levantamento sobre o número de postos sem estoque. “Caso o cenário de greve persista, há sim o risco de desabastecimento geral, uma vez que os postos que ainda possuem estoque não poderão ter a renovação dos produtos armazenados. Entretanto, o Minaspetro alerta para que os consumidores não promovam a chamada ‘corrida aos postos’, o que, de fato, aceleraria o processo de desabastecimento”, informa a entidade.