Juros abaixo de 1% para elevar vendas


Por BÁRBARA RIOLINO

05/09/2014 às 06h00- Atualizada 05/09/2014 às 15h02

Na Thema, expectativa é compensar prejuízos trazidos pela Copa do Mundo
Na Thema, expectativa é compensar prejuízos trazidos pela Copa do Mundo

Na tentativa de movimentar o setor de venda de veículos e reverter o quadro negativo apresentado no primeiro semestre do ano, instituições financeiras anunciaram, na última semana, redução nas taxas de juros para financiamento de novos e seminovos. Quatro bancos já divulgaram ações neste sentido, e o consumidor que for até as concessionárias nas próximas semanas deve encontrar taxas de menos de 1% ao mês, além da possibilidade de financiar até 100% do valor do carro e começar a pagar as parcelas apenas depois de seis meses.

O primeiro banco a apresentar a redução foi o Santander, que oferece, para correntistas e não correntistas, durante o mês de setembro, taxas a partir de 0,97% ao mês para financiar veículos zero quilômetro e usados, tanto por meio da rede de agências como pela financeira. A instituição, através de sua assessoria, informou que o juro mínimo é válido apenas para pagamentos em até 12 meses e para veículos fabricados a partir de 2011 e com entrada de 60% do valor do bem.

A mesma taxa também é oferecida aos correntistas do Banco do Brasil, mas apenas para o financiamento de veículos novos. Carros usados podem ser negociados pelo banco com juros a partir de 1,18% ao mês, com prazo para quitação em até 60 meses. Segundo a assessoria do Banco do Brasil, estão entre as alternativas propostas pela instituição financiar 100% do valor do veículo e até 180 dias de carência para o pagamento da primeira parcela. Já as condições ofertadas pelo Itaú Unibanco contemplam apenas a compra de veículos zero. A instituição reduziu a taxa de 1,30% para 0,99% ao mês. A medida beneficia, segundo o banco, correntistas e não correntistas, que poderão financiar em até 24 meses.

Engrossando o coro, a Caixa Econômica Federal realiza, até amanhã, a terceira edição do Salão Auto Caixa, em concessionárias de todo o país. Mais de três mil gerentes vão trabalhar, em regime de plantão, para fomentar negócios e oferecer taxas a partir de 0,93% ao mês e carência de três meses para o pagamento da primeira parcela. A Caixa estima que o volume de financiamento gire em torno de R$ 300 milhões. Em Juiz de Fora, o consumidor poderá consultar o financiamento em 14 lojas. “A medida adotada pela Caixa não exclui pessoas não correntistas. Os interessados podem procurar qualquer agência para verificar as taxas oferecidas”, diz a gerente regional da pessoa física da Caixa, Clara Lúcia Barbosa. que as operações em questão estão sujeitas a análise de crédito.

Lojas querem superar meta de fábricas

Diante da articulação dos bancos, as concessionárias juiz-foranas estão otimistas para alavancar as vendas e bater as metas estipuladas pelas montadoras. A gerente de vendas da Novo Rumo Chevrolet, Neuza Cristina Bordonal, destaca que o movimento no showroom da loja neste começo de mês já apresentou aumento em relação os demais. “Estamos bem otimistas de que iremos cumprir o objetivo mensal, que é vender, no varejo, cerca de 80 carros zero por loja – em Juiz de Fora, temos duas. Além disso, esperamos consolidar bons números nas vendas dos seminovos, que correspondem a 30% do quantitativo dos novos”.

Na Thema Veículos, revendedora Volkswagen, a supervisora de vendas, Vanessa Machado, acredita que, atrelada à qualidade no atendimento, as vantagens oferecidas pelos bancos são uma ferramenta que pode estimular as vendas. “A Copa prejudicou o mercado, fazendo com que ele se retraísse. Agora, precisamos aquecê-lo, e queremos investir no que chamamos de agregados – atendimento, tanto no pré-venda como no pós-venda. Hoje, a concorrência está muito grande”, destaca.

Alerta 

Por mais que o cenário esteja favorável à concretização das vendas, a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, recomenda cautela e planejamento antes de bater o martelo. “Quando se planeja obter um bem de alto valor, a entrada precisa ser a maior possível, para se financiar o mínimo e não comprometer o orçamento. O consumidor não pode se iludir com as vantagens oferecidas, pois corre o risco de contrair uma dívida enorme e ficar inadimplente.”

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