Com reabertura, expectativa de vendas para Dia das Mães é positiva em JF
Consumidores devem gastar em média R$ 100 com presente; lojas abrirão sábado à tarde
As expectativas de vendas para o Dia das Mães deste ano são positivas para o comércio em Juiz de Fora, considerando que, em 2020, o setor estava fechado na data por conta das medidas de proteção contra a Covid-19. De acordo com entidades representativas do segmento, a perspectiva dessa vez soma-se também ao fato de que, até 17 de abril, a cidade se encontrava na onda roxa imposta pelo Minas Consciente, com grande parte das atividades econômicas impedidas de funcionar.
Considerada a data mais importante para o comércio no primeiro semestre e a segunda em todo o ano – atrás apenas do Natal – , o Dia das Mães terá um impacto específico este ano, considerando o histórico dos últimos meses de interrupção das atividades em todo o país.
De acordo com o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, o período deve alavancar o volume de vendas e apontar, inclusive, para uma possível recuperação do setor comercial. “Naturalmente, ainda tem algum nível de incerteza pairando sobre o cenário, mas esse processo de flexibilização tende a contribuir para o consumo familiar e, assim, para as empresas realizarem as vendas.”
O levantamento da Fecomércio-MG indica que a data gera um impacto positivo para 66,3% das empresas do comércio no estado. Como destacado por Almeida, um outro dado da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) exemplifica um dos resultados que o Dia das Mães pode trazer ao setor. Cerca de R$ 12,12 bilhões devem ser movimentados em todo o país, o que representa uma recuperação de 46,7%, contra uma retração de 33,1% em 2020. Em Minas Gerais, a expectativa é que o período gere R$ 1,13 bilhão em vendas neste ano.
Vendas melhores que 2020
Em Juiz de Fora, a celebração do Dia das Mães traz uma expectativa positiva para o comércio, de acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL/JF), Marcos Casarin. “O Dia das Mães é a segunda data mais importante, atrás apenas do Natal, até porque é uma data emotiva”, diz. “A expectativa é excelente em comparativo com o ano passado, porque em 2020, o comércio não estava funcionando direito e até porque não tinha como fazer compra on-line – estava todo mundo montando essa estrutura on-line que temos hoje. A expectativa é uma questão até de luta do empresário. O lojista tem que estar sempre preparado para os adventos que estamos tendo.”
Em Minas, cenário de incerteza
Em Minas, a perspectiva do ponto de vista dos lojistas tende ao pessimismo. Em todo o estado, a pesquisa da Fecomércio MG aponta que a pandemia faz com que 58,5% dos empresários acreditem que as vendas no período serão inferiores às do ano passado. Entre os motivos apontados, estão a pandemia (92,6%), a crise econômica (34,7%) e a falta de dinheiro (5%).
Conforme o economista-chefe da federação, Guilherme Almeida, o levantamento foi realizado quando o estado ainda se encontrava na onda roxa do Minas Consciente, o que pode ter contribuído para essa concepção negativa. Entretanto, o período de incertezas econômicas frente à pandemia da Covid-19 leva a uma cautela tanto por parte dos empresários, quanto dos próprios consumidores.
“O empresário, diante de um cenário de incerteza como o de agora, tende a postergar investimentos e avaliar de forma mais pessimista suas decisões, assim como as famílias, que tendem a postergar consumos, principalmente aqueles que comprometam renda futura, que são os bens de maior valor agregado”, explica Almeida.
“A pandemia traz essa incerteza muito acentuada no cenário, os empresários não sabem se estarão com as portas abertas na próxima semana ou daqui um mês, assim como para as famílias, onde muitas pessoas não sabem se estarão empregadas, como estará o cenário, ou se serão acometidas pelo vírus. Tudo isso acaba gerando essa percepção cautelosa por parte dos agentes econômicos.”
76% devem gastam até R$100
Este panorama atinge, também, a expectativa do valor que os consumidores devem gastar este ano. Cerca de 76,5% das empresas esperam que os clientes consumam, em média, até R$100 com produtos relacionados ao Dia das Mães, quantia considerada baixa em comparação com períodos anteriores à pandemia.
“Geralmente, o tíquete médio do consumidor gira em torno dos R$ 140 a R$ 160 nesse período, e os R$ 100 estão em uma faixa inferior ao que observado historicamente. Porém, o próprio hábito do consumidor de ir às compras, seja por conta do apelo emotivo ou comercial, já é importante para o empresário que está com o fluxo de caixa mais apertado ou está passando por uma situação financeira delicada, com diversos compromissos para quitar, então toda e qualquer venda realizada é muito importante, principalmente nesse momento de retomada”, afirma o economista da Fecomércio.

Comércio terá horário estendido no sábado
Como conjecturado pelo presidente da CDL-JF, Marcos Casarin, as vendas nesses últimos dias antes da data comemorativa devem se voltar ao comércio de rua, visto que, para o on-line, as compras costumam ocorrer com antecedência. Desta forma, a CDL tem repassado orientações aos lojistas para lidar com o possível aumento no número de clientes durante esta semana. “A CDL diz que é para se preparar, não deixar aglomerar e ter cuidado, porque o prejuízo é de todos nós. O empresário tem que fazer a sua parte e não deixar que aconteça essas coisas, porque amanhã tem um reflexo negativo.”
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti, o comércio irá funcionar no período da tarde neste sábado (8) para auxiliar nas vendas para o Dia das Mães. O horário, entretanto, ainda será definido, visto que há uma divergência entre o acordado na Convenção Coletiva dos trabalhadores do comércio com o preconizado pela Prefeitura de Juiz de Fora, em virtude das medidas de enfrentamento à pandemia.
“No sábado à tarde, vai poder ficar aberto. Isso vai dar condições também das pessoas terem mais distanciamento. Acho que é importante esse horário dilatado, para o cliente vir com calma, sem atropelo, sem aglomeração, para que possa fazer sua compra”, comenta Beloti.
Segmentos mais impactados
Como lembrado pelo presidente do Sindicomércio-JF, a data é importante para o segmento como um todo, entretanto, alguns setores costumam ser os mais procurados na cidade para presentes para as mães, como de vestuário, floricultura, perfumaria e cosméticos. “Esses setores da economia que estão com expectativa mais alta, porque o Dia das Mães normalmente vai muito para eles.”
Estes setores estão inclusos também no levantamento da Fecomércio-MG. Entre os segmentos econômicos mais impactados pela data, a entidade destaca os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (72,2%); supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (70,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (70,0%); tecidos, vestuário e calçados (68,1%) e móveis e eletrodomésticos (66,7%).