Preço médio do botijão chega a R$ 64 em JF
Quinze dias após a Petrobras ter anunciado aumento de 9,8% no preço do botijão de gás nas refinarias, o consumidor juiz-forano, o último elo da cadeia, já sente, no bolso, os efeitos da recomposição adotada pela estatal. A mais recente pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgada nesta segunda-feira (3), aponta que o preço médio do GLP de até 13 quilos subiu 3,6% chegando a R$ 64,11 na cidade. Na sondagem realizada às vésperas da majoração (de 12 a 18 de março), o valor médio era de R$ 62,08. Na semana seguinte (de 19 a 25 de março), no entanto, o custo apresentou ligeira queda no mercado local, chegando a R$ 61,85. Hoje a variação é de R$ 55 a R$ 75, de acordo com o estabelecimento escolhido pelo consumidor.
O percentual de aumento verificado (3,6%) é maior do que o impacto médio projetado pela Petrobras, de 3,1% sobre o valor do botijão. “Se for integralmente repassado o aumento ao consumidor, a companhia estima que o botijão de GLP P-13 pode subir 3,1% ou cerca de R$ 1,76 por botijão, isso se forem mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos”, informou a estatal por nota. Em Juiz de Fora, a diferença paga para mais e desembolsada pelo consumidor chegou a R$ 2,26. Entre distribuidoras e postos de revenda, no entanto, a expectativa era de que o impacto sobre o preço final variasse de 5% a 10%, o que não se confirmou na prática.
Conforme a Petrobras, o último reajuste ocorreu em 1º de setembro de 2015. Por meio de comunicado, ressaltou que a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados. A nota acrescenta, ainda, que o ajuste anunciado foi aplicado sobre os preços, sem a incidência de tributos e não vale para o GLP destinado a uso industrial. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP do Estado de Minas Gerais, Alexandre Borjaili, alerta para uma grave instabilidade no setor, por conta, também, dos “aumentos abusivos” praticados pela estatal. Segundo ele, o segmento de gás de cozinha vem sofrendo perdas e sofre, também, com os duros efeitos do mercado ilegal e predatório.