Venda de seminovos e usados em Juiz de Fora volta a crescer em 2025
Mais de 40 mil unidades foram comercializadas de janeiro a outubro na cidade
Após queda em 2024, o número de veículos seminovos e usados vendidos em Juiz de Fora em 2025 está próximo de superar o total do ano passado, que foi de 42.892, segundo a Associação dos Revendedores de Veículos de Minas Gerais (Assove-MG). Até outubro deste ano, foram comercializadas 41.690 unidades na cidade. No mesmo período do ano passado, foram 35.293 automóveis, 18,1% a menos. O crescimento também é notório quando se analisa apenas o mês de outubro, em que o total de carros e motos usados vendidos saltou de 3.939 em 2024 para 4.641 em 2025, aumento de 17,8%.
O crescimento da venda de seminovos e usados em Juiz de Fora acompanha as tendências estadual e nacional. De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Minas Gerais registrou 224.369 veículos seminovos vendidos em outubro, alta de 26,3% sobre o mesmo mês de 2024. No acumulado de 2025, são 1.986.349 unidades, o que representa avanço de 22,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No Brasil, em outubro deste ano, o setor atingiu 1.765.539 unidades vendidas, elevando o acumulado do ano para 15.244.066 veículos, 17% a mais em relação a igual período de 2024. Vale registrar que, no ano passado, o número de seminovos comercializados no país registrou desempenho histórico, com 15,7 milhões de veículos vendidos, recorde desde que os dados começaram a ser contabilizados, na década de 1980. Neste ano, a Fenauto acredita que esse número será superado.
Para o economista da Fundação Ipead, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Paulo Casaca, o patamar elevado da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que atualmente está estabelecido em 14,9%, faz com que o consumidor prefira um seminovo ou usado em detrimento de um veículo zero. “Com a Selic alta, a taxa de juros final que é cobrada do consumidor também é alta. Isso explica a procura por carros seminovos, que permite adquirir um produto mais barato, com valor a ser financiado também menor”, analisa.
Já o diretor comercial da Sudeste Automóveis, Marcelo Mendes, entende que, além da diferença do preço entre os seminovos e os zero quilômetros, a experiência do cliente na hora de comprar um usado também explica esse crescimento. “Hoje em dia, o consumidor está muito mais informado, ele já chega na concessionária e compara tudo. Eles esperam que a experiência deles com o carro seja bem clara, sem surpresas. O nosso papel tem sido, neste momento, elevar esse padrão, e esse crescimento nas vendas vem se refletindo mês a mês”.
‘Velhinhos’ são os mais procurados
A Fenauto classifica os carros em quatro categorias, de acordo com o tempo de uso. Para a instituição, seminovos são aqueles que têm até três anos de uso; usados jovens possuem de quatro a oito anos de uso; usados maduros de nove a 12 anos; e velhinhos são aqueles a partir de 13 anos de uso.
Até outubro deste ano, em Juiz de Fora, a categoria mais procurada é a dos velhinhos, com 13.422 unidades vendidas, seguida dos usados jovens, com 11.078 carros comercializados. Também foram vendidos 8.818 seminovos e, por fim, 8.372 usados maduros.
Marcelo relata que, na Sudeste, os mais vendidos na concessionária têm média de uso de cinco anos. Porém, o diretor comercial afirma que isso não é uma regra, mas sim uma percepção momentânea, e que a venda se dá mais pelas condições do seminovo do que pelo tempo de uso. “Um carro que tem 15 anos de uso, mas está com 30 mil quilômetros rodados, é vendido muito rápido. As vezes ele é vendido em menos de uma semana”, diz.

Efeito rebote
O Governo federal lançou, em agosto, o programa “Carro Sustentável”, que consiste em um pacote que zera o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos produzidos no Brasil que cumpram regras ligadas a eficiência energética e segurança, entre outras. O decreto tem validade até dezembro de 2026. O programa possui três regras para adesão: produção completa realizada no Brasil, motor flexível de baixa emissão de poluentes e até 80% de materiais recicláveis na composição do automóvel.
Apesar do programa ser direcionado para veículos novos, Casaca entende que ele irá refletir no número de seminovos vendidos a partir de 2027. “O aumento da oferta de veículos seminovos com baixa quilometragem e com ano de fabricação recente faz com que o preço do carro usado fique mais baixo por causa do aumento da disponibilidade, e isso também favorece o mercado”, analisa o economista.
- LEIA MAIS notícias sobre Economia aqui
Resumo desta notícia gerado por IA
Vendas de seminovos e usados em Juiz de Fora alcançam 41,6 mil unidades até outubro de 2025.
Desempenho acompanha crescimento estadual e nacional do setor automotivo.
Velhinhos lideram as vendas na cidade, com mais de 13 mil unidades comercializadas.
Programa federal deve aumentar oferta de seminovos e impactar preços a partir de 2027.









