Tom Jobim é lembrado em show de clássicos no Central

Os maestros Jaime Alem e Rafael Barros homenageiam o grande nome da bossa-nova neste sábado


Por Júlia Pessôa

29/11/2019 às 16h18- Atualizada 29/11/2019 às 19h32

show tom by Alexandre Moreira divulgacao
Rafael Barros, Jaime Alem e a cantora Nair Cândia apresentam canções das várias fases da carreira de Tom Jobim (Foto: Alexandre Moreira/Divulgação)

No dia 8 de dezembro de 1994, o Brasil perdia Antônio Carlos Brasileiro Jobim, para quem não foi suficiente carregar a brasilidade no nome. Foi-se, infelizmente, o grande maestro, mas o legado de Tom Jobim permanece não apenas vivo, mas como uma das obras mais relevantes da música brasileira. “Jobim surgiu no contexto da bossa-nova, mas o legado dele é toda sua obra, brasileiríssima, mas com várias influências e uma grande riqueza melódica. Não podemos esquecer seus grandes parceiros como Vinícius e Paulo César Pinheiro, por exemplo. A grandeza dele é fundamental para se entender o período mais rico da música popular brasileira, para músicos em formação… é um legado de beleza”, diz o maestro Jaime Alem, que assina o show com o também maestro Rafael Barros.

“A ideia surgiu de uma peça escrita pelo maestro Rafael Barros, uma suíte, em homenagem ao Tom Jobim. Temos uma longa parceria e, um dia, conversando, pensamos em fazer um show a partir dessa suíte, que tivesse o mesmo nome do show. Aí partimos para a escolha do repertório e já fizemos mais de 20 apresentações. Foi um momento oportuno, porque neste ano há um marco de 25 anos de sua ausência, então é uma maneira de homenageá-lo, o que devemos fazer sempre”, ressalta Jaime.

O show “Um Tom de saudade” apresenta, no Cine-Theatro Central, uma seleção musical abrangente e significativa do repertório de Tom Jobim, com direção musical e arranjos dos maestros Jaime Alem (violão e voz) e Rafael Barros Castro (piano e voz), e participação do Quinteto de Cordas da OSRJ – Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro e da cantora Nair Cândia. “Selecionar o repertório foi muito difícil, ficamos no impasse entre representar várias fases da carreira ou as mais populares. Tem a fase da bossa-nova, do samba-canção (estilo que ele adorava) e uma fase muito naturalista, em que ele pesquisa um Brasil profundo, compondo coisas ao estilo nordestino, e também a fase ‘Matita Pereira’ e ‘urubu’, em que ele se lança como poeta. Buscamos passear por obras representativas”, conta Jaime.

A seleção final, de temas instrumentais e cantados, ficou com expoentes da obra de Tom, como “O boto”, “Garoto”, “Insensatez”, “Olha Maria”, “Caminhos Cruzados”, “Anos dourados”, “Ana Luiza”, “Nuvens douradas”, “Teresa da Praia”, “Correnteza”, “Estrada Branca” “Chora coração/Crônica da Casa Assassinada”, “Stone flower”, “Só danço samba”, “Chovendo na roseira”, “Chega de saudade”, “Se todos fossem iguais a você”, entre outras.

Um Tom de Saudade
Neste sábado (30), às 20h30, no Cine-Theatro Central (Praça João Pessoa s/n – Calçadão da Halfeld). Te.: 3215-4051
Classificação: 18 anos

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