Muvuka promove o ‘Muvukada coletiva’ neste sábado

Bloco vai reunir o coletivo Mercúrio Líquido, com o biquinaço, e a “Capivara de Troia”, do projeto Salve Paraybuna


Por Cecília Itaborahy, sob supervisão de Fabíola Costa

21/04/2022 às 07h00

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Integrantes do Muvuka e do Mercúrio Líquido estarão juntos em um cortejo de foliões (Foto: João Paulo Brum/Divulgação)

Em fevereiro, não teve carnaval. Mas, agora, em abril, tem, pelo menos, um gostinho da festa que tem ânsia de ser de rua. O Muvuka, na Quarta-feira de Cinzas, fez um bloco simbólico que tinha a finalidade de colocar em foco o porquê de não ter havido a festa em sua data original. Mas, aproveitando o ensejo de outras cidades em realizá-lo no feriado de Tiradentes, o grupo decidiu fazer o “Muvukada coletiva” neste sábado (23).
Para “engrossar o caldo”, como disseram, eles convidaram o Mercúrio Líquido para promover o biquinaço, que fez parte do projeto “Praia”, aprovado pelo edital Pau-Brasil, do Programa Cultural Murilo Mendes, e que foi impedido de ser realizado em sua segunda edição. Além deles, a “Capivara de Troia”, feita pelos arquitetos Rafael Monteiro e Caio Paro para o projeto “Salve Paraybuna“, também aprovado no mesmo edital, acompanhará a festa. Como ela está no Museu Ferroviário, o grupo fará um cortejo que sairá de lá, às 14h, em direção ao Viaduto Helio Fádel, onde a “Muvukada coletiva” se estenderá durante o dia. O Muvuka fará o show, e DJ Crráudio e DJ Arrasssta farão a discotecagem do evento.
Essa é a segunda vez que Muvuka e Mercúrio Líquido fazem um evento em conjunto. Em 5 de março, o coletivo promoveu o primeiro biquinaço, como resposta ao cancelamento da intervenção “Praia”, e convocou outros artistas para apoiar o ato. O grupo Muvuka participou do cortejo e esteve durante a ação com seus integrantes e os tambores. Desta vez, a iniciativa partiu do grupo de percussão, que queria marcar o carnaval de rua de alguma maneira. Rick Guilhem, regente do Muvuka, disse que a ideia de juntar os coletivos surgiu junto com Guilherme Imbroisi, conselheiro da cultura popular no Conselho Municipal de Cultura, depois dessa primeira experiência: “O corpo é muito ligado ao carnaval, e a gente achou que seria legal ter essa sinergia no bloco. Já o ‘Salve Paraybuna’, no dia do cortejo da capivara choveu bastante, e eles foram, de certa forma, prejudicados. A gente queria trazer um produto deles, que é a capivara, e está muito associada à cultura de Juiz de Fora, incrementando para ficar como um carro alegórico”.

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“Capivara de Troia”, da Oficina Malungo, contará com adornos carnavalescos no “Muvukada coletiva” (Foto: Marcella Calixto/Divulgação)

“Praia” extensa

Letícia Nabuco, diretora geral do “Praia”, comemora essa extensão da ideia do projeto e explica que o biquinaço é apenas uma de suas ações. “Ele é uma possibilidade que inclui a população, é feito na rua. O ‘Praia’ foi crescendo e eu vejo que ele é mais o que está em seu entorno do que a ação em si.” Uma das propostas que estavam no projeto aprovado era a elaboração de um vídeo fazendo um registro do que seria a intervenção. Por causa de toda a repercussão, ele acabou virando um documentário homônimo que apresenta a primeira apresentação, o desdobramento, a união que aconteceu entre outros artistas – inclusive com o grupo Corpo Coletivo, que também teve sua ação adiada – e, por fim, a edição do evento que contou com o Muvuka. O documentário está disponível no YouTube.

A artista ainda brinca que esta pode ser a última edição do biquinaço, pelo menos por enquanto. Primeiro, por causa do frio. Mas também, porque, para ela, o “Praia” acabou por transbordar na cidade e, agora, passa a ganhar outras ideias. Apesar de uma primeira repercussão negativa, ela entende que o ato ganhou os juiz-foranos: um dos objetivos foi cumprido.

 

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