‘Assassinos da Lua das Flores’, de Martin Scorsese, chega aos cinemas nesta quinta
Baseado em história real, longa que está sendo aclamado pela crítica, adapta livro sobre o massacre de uma comunidade indígena nos Estados Unidos e o início do FBI
Quando um diretor com dezenas de prêmios e uma das carreiras mais notáveis de Hollywood decide adaptar um livro sobre o massacre de uma comunidade indígena e o início do FBI, é natural que o mundo preste atenção. São assuntos de interesse público e que não perderam a relevância. Se este filme recebe imediatamente diversos elogios pela crítica especializada, então, e já passa a ser favorito para os principais prêmios de cinema, os olhares do público se voltam ainda mais para o longa. É o que acontece com Martin Scorsese e “Assassinos da Lua das Flores”, filme que estreia nesta quinta-feira (19) e trata da história contada anteriormente pelo jornalista David Grann, que acredita que centenas de nativos foram mortos em Oklahoma por conta da disputa pelo petróleo do local. Com um elenco incluindo Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone e Jesse Plemons, e ainda com o apoio dos indígenas Osage para contar essa história, o diretor cria o que está sendo chamado de seu ‘melhor filme em décadas’.
Com a trama focada na virada do século 20 e todas as transformações que ocorreram no período, as mais de 3 horas de filme também dão conta de uma grande quantidade de tensões dramáticas. O longa pode ser definido como drama de crime e parte western, que volta o olhar para o momento em que o povo nativo Osage conseguiu comprar o seu território indígena e participar dos lucros do fundo mineral do local, que os tornou ricos por conta da presença do “ouro negro” – hoje conhecido por todos como petróleo. Assim que a notícia desse feito se espalha, no entanto, a tribo passa a atrair a presença de intrusos brancos, que buscam extorquir suas riquezas e, para isso, fazem um assassinato em série dos indígenas do local.
A partir desse cenário, Scorsese conta uma história sobre ganância, amor e traição, que está profundamente relacionada com a fundação dos Estados Unidos. Tudo começa quando Ernest, um homem branco que lutou na guerra, vai até a cidade onde vive o tio em busca de um recomeço e uma vida melhor. Lá, ele é convencido por essa figura familiar a se casar com uma das indígenas, por quem ele diz se apoiar. No centro da narrativa, então, está o casal formado pelo protagonista e por Mollie, uma Osage herdeira de terras ricas em petróleo.
Quando os assassinatos começam a ocorrer na família de Mollie, ela começa a temer por sua vida. É então que um investigador chamado Tom White vai até o local para entender quem está por trás das mortes e quais são os interesses em jogo.
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História real
O filme tem como base um livro que faz uma investigação jornalística sobre um caso real, que aconteceu em 1921, quando Anna Brown e Charles Whitehorn foram encontrados mortos em Oklahoma. Os Osage eram nativos americanos que haviam crescido em Ohio e Mississippi, nos Estados Unidos, mas foram realocados pelo governo para essa reserva em que, mais tarde, encontraram campos de petróleo, o que começou a gerar grandes riquezas para eles.
Mais nativos começaram a aparecer mortos e em circunstâncias semelhantes, tendo sido baleados e achados em áreas rurais isoladas. Pouco tempo depois, Henry Roan, um primo de Anna, também foi encontrado morto. Esse período é chamado pelos Osage de ‘Reinado do Terror’, e ao menos 24 indígenas foram assassinados. O jornalista que se dedicou ao caso acredita, no entanto, que o número de mortos pela disputa do petróleo na região é ainda maior e chega à casa das centenas.