Casabsurda 703 recebe primeira edição da ‘Verniz’
Exposição e feira gráfica reúne artistas de diversos estilos
Conseguir se destacar no eventual pega-pra-capar do mundo das artes não depende apenas de talento; às vezes, é uma questão de ser visto. É nesse ponto, então, que a união pode fazer aquela força: é o caso dos cerca de 20 artistas do cenário contemporâneo juiz-forano que apresentam seus trabalhos neste sábado (19), às 15h, na Casabsurda 703, na primeira edição do misto de exposição e feira gráfica “Verniz”, organizado pelos artistas Guilherme Borges, Renata Dorea e Cláudio Jr.
O evento vai além das artes plásticas, incluindo performances, drag queens, artes gráficas, fotografia, tatuagem, dança e vídeo, reunindo uma penca de gente dedicada ao ofício da arte: Augusto Henrique, Andressa Silva, Caroline Gerhein, Eliane Berttocchi, Gogóia, Guilherme Borges, João Vitor Medeiros, Luís Henrique Camargo, Mauricio Nascimento, Maury Paulino, Maré, Monique Oliveira, MI$$ CORA, Paula Duarte, Rafael Costa, Renata Dorea, Raizza Prudêncio, Sarah Silva, Shaira Badaret, Stain, Talitha Reis, Task e Ugo Soares. Ainda haverá espaço para apresentações musicais dos DJs Claudinho e DJ Amandinha, mais RT Mallone, Brackes Mallone e Dona Chapa. A exposição ganhou um catálogo impresso, que depois será disponibilizada on-line. As obras em exposição na mostra coletiva estarão à venda.
Expressividade e diversidade
Guilherme Borges destaca que a “Verniz” foi idealizada por diversos motivos, um deles é a celebração da pluralidade de poéticas possíveis de um grupo de artistas que podem ser considerados muito expressivos, segundo ele. “Acredito que o evento reúne nomes que carregam representatividades bastante diferentes, mas todas muito significativas. Mais do que exaltar nomes e pessoas sistematicamente já consolidadas no circuito, a iniciativa aponta outros expoentes que não ficam atrás em questões de qualidade e profundidade poética”, analisa.
Outro ponto que torna a exposição relevante, de acordo com Guilherme, é a dificuldade de penetração desses artistas independentes em certos meios de divulgação cultural. “Costuma não ser muito fácil, principalmente quando temos a falta de sorte de não fazer parte da cota das exposições mais relevantes do circuito. Acho muito difícil apontar uma saída, mas acredito que a criação de possibilidades (como esta) seja um bom caminho, quando estas não lhe são oferecidas de maneira justa ou meritocrática.”
Manifestações artísticas variadas
Uma das artistas convidadas para o evento é a atriz Caroline Gerhein, que com o percussionista Victor Toledo apresenta uma performance – sem nome – com movimentos inspirados nas danças dos orixás. “Ela surgiu da minha vontade de colocar elementos das religiões de matriz africana no meu trabalho com o teatro. Já havia um tempo que pensava em investir numa performance com essa temática, e mês passado tive a oportunidade de unir isso em uma oficina da Tatiana Henrique, em que pesquisamos possíveis movimentos corporais relacionados aos elementos da natureza ligados aos orixás”, conta. Desses estudos resultou a performance, e Caroline acredita que a “Verniz” seja o evento ideal para apresentar o trabalho.
Artista que se diz “multissetor”, Felipe Stain está envolvido com dança desde 2004 e artes plásticas e grafite desde 2009. Criador da marca Art Style, ele vai apresentar sua produção diversificada, que inclui quadros, troféus, estátuas, latas customizadas e brincos, com temática ligada à cultura negra em geral e o hip-hop. “Acho da hora reunir artistas de várias modalidades. No dia da reunião em que apresentaram o projeto havia muita gente que não conhecia. Muitos eram do IAD (Instituto de Artes e Design), e eu não faço faculdade, não estou no meio dessa galera diretamente, mas faço arte também. É ótimo poder conhecer quem faz arte na cidade, e quem for prestigiar poderá ver diversos estilos, perceber que não tem nada padronizado”, opina.
Artista que já participou de exposições individuais ou coletivas, como o “JF Foto 15”, a fotógrafa Paula Duarte apresenta dois trabalhos, de fases distintas. “Um deles é uma fotografia que já foi exposta mas que tem muito a ver com o outro trabalho, de uma nova fase, que é híbrido. Trata-se de uma aquarela que fiz e imprimi em uma pipa, em homenagem a Marielle Franco (vereadora carioca assassinada a tiros, junto com seu motorista, há pouco mais de dois meses no Rio de Janeiro), e que tem muito a ver com os trabalhos das outras pessoas com quem vou expor”, adianta Paula, claramente animada com a oportunidade de levar sua arte para o público.
VERNIZ
Sábado (19), às 15h, na Casabsurda 703 (Rua Barão de Santa Helena 703)