Com investimento de R$ 220 milhões, PJF anuncia plano de requalificação do Centro Histórico; veja como fica
Projeto depende de aprovação do empréstimo junto ao BNDES, e inclui espaço de comércio popular, fios subterrâneos e repaginação das ruas

Em coletiva na manhã desta quarta-feira (16), a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) anunciou o plano de requalificação do Centro Histórico, com a criação do Centro de Comércio Popular e repaginação do calçadão nas ruas Halfeld, Marechal Deodoro e Batista de Oliveira e da Avenida Getúlio Vargas. O projeto inclui, ainda, a implementação de ciclovias no Centro, um maior espaço para a circulação de pedestres e a articulação para que os fios de toda a área fiquem subterrâneos. A arborização e uma modificação na drenagem também devem ser prioridades. Todo o projeto depende da aprovação do empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que totaliza um investimento de R$220 milhões.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Urbano com Participação Popular (SEDUPP) Cidinha Louzada, o objetivo do plano é tornar o Centro mais acolhedor, com áreas de convívio e descanso. “O espaço estava muito abandonado. Queremos que novas memórias afetivas possam ser criadas no Centro”, diz. Toda a requalificação conta com a coordenação da SEDUPP, que se articula com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU), a Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (SESUC), a Secretaria de Turismo (Setur), a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo (SEDIC). A primeira mudança que faz parte do plano é a construção do Centro de Comércio Popular, ao lado do Mercado Municipal. A ideia é de que o espaço tenha praças de alimentação, 118 boxes de 6m², estacionamento e um terraço arborizado. Ainda está prevista a construção de uma passarela no local que faça a conexão com o mercado.
O Centro também contará no entorno com ciclovia e implementação de áreas verdes. Na Avenida Getúlio Vargas e nas ruas Marechal Deodoro e Batista de Oliveira, a ideia é criar uma padronização para placas de comércio, criar conexões entre as galerias por meio de passarelas e passar a priorizar o pedestre em detrimento dos veículos particulares. As imagens apresentadas pela prefeitura indicam aumento das calçadas e das faixas para atravessar. “É importante pensarmos nessa poluição visual e como podemos transformar isso. Os prédios históricos estão escondidos atrás das marquises”, diz. Essa ação, nessa perspectiva, também valorizaria o comércio tradicional e popular, que irá participar do processo de requalificação.
Apesar da aprovação do investimento do BNDES ainda ser incerta, a secretária Cidinha Louzada projeta que todas as reformas poderiam ser entregues até o final do mandato de Margarida Salomão (PT), e que as ruas no Centro próximas dessas principais também passariam por modificações. A expectativa é de que ao menos as reformas na Halfeld e na Marechal possam estar prontas até 2026.
Veja fotos do projeto de requalificação do Centro Histórico
Reformas estruturais
As reformas estruturais são ressaltadas pela secretária como necessárias para realmente requalificar o Centro Histórico, sem apenas “maquiar” os problemas atuais. Entre essas modificações, o plano inclui as obras para que os fios elétricos fiquem subterrâneos, evitando a poluição da paisagem. Além disso, o projeto pensa em formas de tornar o Centro um local com mais acessibilidade e aumentar a quantidade de áreas verdes em todas as ruas — incluindo a Batista de Oliveira que, atualmente, não conta com árvores em toda a sua extensão. A ideia é amenizar os efeitos das ilhas de calor criadas ao redor da área, ainda mais considerando a impermeabilização do solo.
Outra reforma planejada pela Prefeitura é a modificação na forma de drenagem do Centro, separando a água pluvial daquelas vindas do esgoto. “Quando as pessoas passam pelo Calçadão em períodos de enchentes, atualmente, elas estão pisando em uma água misturada com o esgoto. É por isso que é importante uma reforma na estrutura”, explica Cidinha.
Câmara fará audiência pública
O vereador e presidente da Câmara Municipal José Márcio Garotinho (PDT) destacou que há uma emenda parlamentar, apresentada por ele, que prevê o investimento de 500 mil para as reformas complementares desse projeto já apresentado ao BNDES. Junto com Marcelo Condé (Avante) e Vitinho (PSB), também foi apresentado o projeto de lei que obriga que toda a fiação elétrica do Centro da cidade seja subterrânea. “Na Câmara, também estamos empenhados nos projetos de avanço da cidade e discutindo como pode ser feito o empréstimo do BNDES. Não adianta a gente achar que, com a receita interna que a gente tem, consegue fazer toda essa diferença”, afirma. Todos os projetos de requalificação do Centro Histórico também vão ser discutidos em audiência pública na Câmara Municipal, marcada para a próxima terça-feira (22), às 15h.
Tópicos: Centro Histórico