Curta sobre Juiz de Fora é selecionado em festival nacional de audiovisual

Produzida por Daniela Brito, a obra integra o acervo digital do Festival do Minuto


Por Mafê Braga*

12/08/2025 às 07h00

Curta de Daniela Brito é selecionado no 'Festival do Minuto'
Curta selecionado tem apenas 60 segundos de duração e retrata um dia em Juiz de Fora (Foto: Daniela Brito / Arquivo Pessoal)

Dirigida e roteirizada por Daniela Brito, a animação “4 estações Juiz de Fora” integra o acervo de um dos concursos temáticos do Festival do Minuto. A produção, que dura apenas 60 segundos, faz parte do evento que ocorre há mais de 30 anos no país e reúne vídeos curtos de amadores e profissionais. O curta foi inscrito na mostra “Se minha cidade fosse um filme” e transita entre as quatro estações do ano da cidade. A animação está disponível de forma gratuita no site oficial do festival.

“A ideia surgiu a partir de um convite da galeria Hiato para uma exposição em homenagem ao aniversário da cidade. E, assim, eu me propus a expor uma obra em formato de vídeo, em um tablet fixado na parede durante a exposição. Foi pensando nas mudanças bruscas de tempo que sempre acontecem em Juiz de Fora, que eu resolvi trabalhar essa temática num formato dinâmico, inserindo efeitos sonoros e visuais”, afirma Daniela.

Construção do cotidiano

Mestre em Artes pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Daniela Brito relata que o roteiro do material foi idealizado a partir do seu próprio percurso de trabalho e movimentações pelos lugares da cidade que ela percorre. Natural de Cataguases, ela se mudou para Juiz de Fora no ano de 1995 e afirma que, desde então, a cidade a acolhe, de forma que consiga se desenvolver pessoalmente e profissionalmente através da sua arte e de seu trabalho. 

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Obra original da artista foi exposta na galeria Hiato, localizada no Bairro São Mateus (Foto: Daniela Brito/Arquivo Pessoal)

A organização do curta foi estruturada como se fosse um dia inteiro na cidade, desde o nascer do sol até a sua finalização, com um samba. Ela destaca que elementos reais enquanto caminhava pelas ruas, como sons do trem e do trânsito, foram itens que serviram de base e referência para a formulação das cenas e efeitos, além do uso de aplicativos de ilustração digital e da Inteligência Artificial. 

O vídeo, que foi gravado e editado pelo celular, contém cenas e fotos captadas do cotidiano de Daniela. Ela discorre que o maior desafio foi deixar a animação com um minuto de forma resumida, mas que transmitisse a mensagem desejada.

A artista explica que o método utilizado foi plural, pois em algumas cenas utilizou vídeos reais enquanto caminhava, com edição de efeitos pela Inteligência Artifical e outros animados e ilustrados digitalmente pelas técnicas tradicionais de animação. Quanto à edição e aos efeitos sonoros, ela relata que foram estruturados após a organização da sequência das cenas.

“A ideia foi transmitir, de forma lúdica, uma das características da cidade, que é um samba em um bom final de tarde, por isso, a última cena remete, de forma simples, esse movimento das pessoas em uma praça. Além disso, resolvi ilustrar uma frase que escuto sempre: ‘nossa, Juiz de Fora faz as quatro estações em um único dia!'”, conta.

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Daniela trabalha com diferentes expressões de arte (Foto: Daniela Brito/Arquivo Pessoal)

Daniela, que também atua como professora do curso de Design Gráfico na Estácio Juiz de Fora, produz e ensina arte. “Eu me defino como artista multilinguagem, pois atuo tanto em técnicas artesanais tradicionais em ilustrações, estampas e produtos digitais, quanto em estudos e pesquisas criativas com a Inteligência Artificial”, define a artista.

Festival do Minuto

Com origem no ano de 1991, o Festival do Minuto foi pioneiro mundial no formato de vídeos com até 60 segundos de duração. Em sua versão on-line, já acumula mais de 35 mil vídeos e realiza exibições presenciais em diversos espaços culturais brasileiros. Dessa forma, incentiva a produção audiovisual de estudantes, artistas e entusiastas da área no país, de acordo com a organização.

Além da exibição no portal, os vídeos também podem ser exibidos em mostras, cineclubes, escolas e museus de imagem e som. Daniela relata que, a princípio, sua principal motivação foi justamente deixar o seu vídeo em um arquivo vivo, que pudesse ser compartilhado com mais pessoas, ao invés de ser salvo em nuvem ou por e-mail. Dessa maneira, ela foi pesquisando e se cadastrou na plataforma, que está aberta para todos que queiram postar conteúdos com diferentes temáticas, em modalidades de vídeos e gifs. 

“Acredito que posso influenciar as pessoas como artista e educadora. A minha principal motivação foi experimentar essa postagem para que eu pudesse compartilhar com meus alunos e equipe de articuladores de audiovisual que supervisiono no programa Gente em Primeiro Lugar. Fiz com o pensamento de compartilhar e motivá-los, além de ser também um bom item de apresentação para um portfólio direcionado ao audiovisual”, conclui.

*Estagiária sob supervisão da editora Gracielle Nocelli

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