Api Rock Festival acontece em São João Nepomuceno neste fim de semana
Evento, que é gratuito, acontece na Praça da Estação e reúne diversas bandas da região
A cidade de São João Nepomuceno, que fica a cerca de 64 km de Juiz de Fora, sedia, neste fim de semana, mais uma edição do Api Rock Festival, evento que reúne diversas bandas da região e movimenta o cenário artístico, principalmente local. A programação, que acontece na sexta-feira (9) e no sábado (10), é concentrada na Praça da Estação da cidade e, em ambos os dias, começa a partir das 18h, com discotecagem. No line-up do Api, estão os DJs Pedro Paiva e Celsin. Já as bandas são Pedra Relógio, Libertá, Mantra, Traste, Big Monter Blues Band, Martiataka, Off The Track e Inmente.
O Api Rock Festival nasceu em 2015. Como explica Leonardo Corleone, um dos produtores do evento, naquele momento, São João Nepomuceno vivia uma efervescência de bandas, sobretudo no cenário do rock. “Tinham oito bandas de rock funcionando ativamente e fazendo vários shows”, lembra. No entanto, os bares da cidade já não eram mais suficientes para comportar as apresentações. “Precisávamos de um espaço maior. Algo que justificasse a nossa valorização que buscávamos na época.” Os produtores e os próprios músicos da cidade decidiram se juntar, reunir as bandas ativas e realizar um festival aberto.
“Tínhamos várias bandas e um sonho”, brinca o produtor. Depois da ideia, a hora de escolha do nome foi, praticamente, óbvia. A expressão “api” é tipicamente são-joanense e é usada sobretudo em situações inusitadas, de espanto ou surpresa. Até hoje em dia os moradores usam com frequência a interjeição que acredita-se só existir por lá. Quando foram dar nome ao festival, então, queriam uma coisa que remetesse à cidade, mas que não fosse clichê. “Api”, então, entra nessa. “Muita gente de fora não entende”, ri, e continua: “Mas isso é legal, porque conseguimos passar um pouco da nossa história para outros lugares”.
Caminho do Api Rock Festival
A primeira edição, em 2015, do Api Rock Festival, como conta Leonardo, foi um sucesso. A cidade que já tinha experienciado outros eventos, mas nem sempre com estrutura o suficiente para tantas bandas, conseguiu um espaço interessante, bem no centro, um palco grande e, claro, um bom público. “Todos que participaram, tanto os artistas locais quanto os convidados, amaram tudo. E principalmente o público pedindo mais e ansiosos para o próximo festival.” E ele foi acontecendo, de fato, movimentando a cena local e da região. Viu várias bandas surgirem, acabar e até ressurgirem.
“No começo, era tudo muito novo para a gente. A nossa experiência era apenas em tocar e não fazíamos ideia de como iríamos realizar a primeira edição”, afirma Leonardo, que também é músico. Ele ainda faz referência a um comentário de um outro produtor do Api Rock Festiva, Ivan Ferreira: “Tínhamos a vontade e a loucura”. Com o tempo, conseguiram ir somando outros elementos que sempre quiseram e que agora, com os anos de produção, inclusive em outros eventos, e de conhecimento da área, vai ser possível. Desta vez o festival conta com praça de alimentação adequada, um espaço para fotos temáticas e alguns outros detalhes. “Estamos em uma crescente e conseguimos pensar e viabilizar coisas que a gente pensava anteriormente, porém não conseguíamos aplicar.”
O Api Rock Festival viveu uma pausa de realização a partir de 2019, principalmente por causa da Covid-19. “Mas seguramos mais, porque estávamos achando inviável financeiramente fazer o festival no formato que fazíamos antes. Não teríamos capital pra botar o evento na rua. Hoje, com essa nova equipe que temos, conseguimos isso. Alinhamos todas as ideias e fomos atrás dos recursos.” O evento, nesta edição, acontece a partir dos recursos da Lei Aldir Blanc de Incentivo à Cultura, além de patrocínios de iniciativa privada.
Festival para as bandas
Uma coisa que não muda nunca é a forma como eles pensam o festival: “O evento nasceu pelas bandas de São João Nepomuceno e é para elas”, reitera Leonardo. Elas compõem a maioria do line-up, o que mostra que essa efervescência cultural, principalmente do rock, continua acontecendo na cidade. Mas, além disso, existe uma preocupação em levar bandas da região. “Fazemos isso com o propósito de acontecer um intercâmbio e troca de experiências entre as bandas. Sempre buscamos as bandas que estejam alinhadas com o nosso festival. Bandas que realmente entendam que a música é um trabalho e que queiram levar seu projeto adiante”, explica, sobre a curadoria.
Uma confraternização
Mas tem outra coisa que não muda também: a sensação, sobretudo dos são-joanenses, de ver o Api Rock Festival sendo realizado. Sua história virou, inclusive, tema de um documentário, realizado por Kaique Filgueiras, que também é produtor do evento. E assisti-lo é como voltar ao passado, é reconhecer a trajetória, lembrar do que foi e ainda é. Isso tanto para quem assiste quanto para quem produz: como uma catarse que é a mesma.
“O Api Rock Festival é uma grande confraternização. Quando encerramos o primeiro festival, tivemos certeza disso. O brilho no olhar e o sorriso de todos os envolvidos era contagiante. Foi uma sensação de dever cumprido. Botamos nossa bandeira no ponto mais alto da cidade e dissemos pra todo mundo que dali a gente não saía. É sempre muito prazeroso entregar uma produção de qualidade para o público e para os artistas”, finaliza Leonardo.
Confira a programação completa do Api Rock Festival
Sexta-feira (9)
18h – DJ Pedro Paiva
20h30 – Pedra Relógio
22h – Libertá
23h30 – Mantra
01h – Traste
Sábado (10)
18h – DJ Celsin
20h30 – Big Monster Blues Band
22h – Martiataka
23h30 – Off The Track
01 – Inmente