Vozes do equilíbrio
Jaiane e Lavínia, jovens primas rappers, moradoras da Vila Olavo Costa, defendem igualdade valorizando as próprias raízes
A vida pode ser diferente para quem batalha por ela! Em meio a tantas denúncias de corrupção, falcatruas e politicagens que enfrentamos no Brasil atualmente, às vezes nos encontramos descrentes com alguma possibilidade de melhora. Entre tantas matérias feitas em 2017, uma me tocou em especial e deixou uma lição: sempre batalhar por um mundo melhor.
Era para ser uma tarde comum de trabalho quando fui para a Vila Olavo Costa – comunidade tantas vezes desrespeitada – fotografar Lavínia e Jaiane para a seção “Outras ideias”, assinada por Mauro Morais. Duas jovens como tantas outras, mas que se destacam por acreditar que através da arte podem mudar a realidade. Quanta simplicidade e quanta doação! Assim que cheguei à casa de uma das jovens, fui recebido com muita expectativa pela família. Enquanto elas se maquiavam para as fotos, percebi a importância da minha presença para que aquele sonho pudesse se tornar mais real.
Lavínia e Jaiane, vocês ampliaram minha forma de ver o que podemos fazer para mudar o mundo, e espero ter transmitido esse sentimento com minhas imagens. Como fotojornalista, há vários anos na estrada, encaro meu trabalho como uma forma de pedir justiça, respeito e dignidade
Ao iniciarmos a sessão de fotos, aquele ambiente foi modificando meu modo de enxergar a pauta. De simples fotos, surgiu a ideia de criar vídeos como pequenos clipes, tendo a laje da casa e as ruas do bairro como cenário. Automaticamente, com o pouco recurso que dispunha, foram surgindo alternativas técnicas para que tudo acontecesse. O resultado me surpreendeu!
Foi uma troca: me senti acolhido e renovado pelo sonho das meninas e pela força de suas músicas, pedindo Respeito acima de tudo. O desânimo que me acompanhava no início do dia transformou-se em vontade de estar ali para fazer ecoar as Vozes do Equilíbrio.
Lavínia e Jaiane, vocês ampliaram minha forma de ver o que podemos fazer para mudar o mundo, e espero ter transmitido esse sentimento com minhas imagens. Como fotojornalista, há vários anos na estrada, encaro meu trabalho como uma forma de pedir justiça, respeito e dignidade. Levo comigo essa meta em cada pauta que realizo, das simples às complexas. É nisso que acredito!
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