Descoberto esquema de venda de marcação de consultas no PAM-Marechal
Secretaria de Saúde diz que suspeita cobrava entre R$ 40 e R$ 50. Negociações eram feitas pela internet
A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora descobriu um esquema de negociação de vendas de vagas para consultas que era feito via internet. Uma mulher, que não teve identidade divulgada, anunciava pelo Facebook que vendia as consultas para áreas descobertas, ou seja, aquelas onde não há unidades de saúde e que as marcações são feitas diretamente no PAM-Marechal, no Centro. Na verdade, segundo a pasta, o que a suspeita fazia era ir até o local com a documentação dos pacientes e fazer a marcação, ou seja, ficar na fila para eles. Para isso, ela cobrava cerca de R$ 50.
Conforme o gerente do Departamento de Diagnóstico da Secretaria de Saúde, Sidney Castro, outras práticas semelhantes, como a de cobrar para ficar na fila para outros usuários, já foram constatadas anteriormente, porém, a ousadia da mulher chamou a atenção. “Ela não se escondia, mostrava rosto, dava telefone, tudo isso via internet. Ela afirmava no anúncio que mais detalhes seriam passados via WhatsApp. Nós fizemos contato com a mulher, ela cobrava R$ 40, R$ 50, variava”, disse.
Segundo ele, além disso, a mulher postava cartazes informativos da Secretaria de Saúde para dar credibilidade. “Ela pegava os documentos das pessoas e ia para lá marcar. Então, o que de fato fazia, era vender o tempo dela para fazer esta marcação, não tinha venda de vaga. Acredito que quem pagou foram pessoa simples, sem orientação”, comentou.
De acordo com Sidney, não foi identificada a participação de nenhum servidor, pois ela não fazia nada de ilegal para conseguir a marcação. “Não temos como controlar quem é a pessoa que está marcando para um terceiro, se é vizinho, parente. Mas ao constatarmos essa prática, vamos começar a pensar outras maneiras de fiscalizar isso. Não é possível garantir que não vai acontecer mais, pois depende da boa-fé das pessoas, mas garanto que esta prática vai se tornar cada vez mais difícil”, afirmou.
O gerente do departamento de diagnóstico disse que o caso foi passado para o setor jurídico da Prefeitura, que irá tomar as providências cabíveis. A Tribuna entrou em contato com a Procuradoria Geral do Município para apurar a irregularidade jurídica cometida pela mulher. Entretanto, a PGM informou que o caso chegou ao departamento no fim da tarde desta quinta, e que outras informações serão repassadas nesta sexta-feira (31).