Muro pichado com frase racista ganha aula de grafite

Professor Cláudio Melo e alunos de duas escolas fizeram intervenção artística no muro onde havia sido pichada frase racista em setembro


Por Gláucia Simas estagiária sob supervisão do editor (a) Juliana Netto

29/11/2017 às 19h42

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"Não foi um serviço de pintura, mas uma aula de arte", destacou o professor. (Foto: Marcelo Ribeiro)

A Escola Estadual Fernando Lobo, no Bairro São Mateus, tornou-se palco de uma intervenção artística, que coloriu parte do muro que havia sido pichado no mês de setembro com uma frase de cunho racista. A ação foi realizada na tarde desta quarta-feira (29) pelo professor de artes Cláudio Melo e alunos das escolas Fernando Lobo e Francisco Bernardino. ”Esse desenho foi baseado em um outro que nós fizemos no ano passado, na semana da Consciência Negra. Nós pintamos um personagem e escrevemos ‘Aqui tem black’, que apresenta o conceito ‘aqui tem, aqui existe’ ”, destaca o grafiteiro. Os primeiros escritos racistas surgiram após o feriado de 7 de setembro. Após a pintura do espaço, ele voltou a ser pichado no dia 13.

Ao relembrar o fato, o professor explicou a importância, não só para os alunos, mas para toda a sociedade, de se combater o racismo. ”Usamos da mesma linguagem para atropelar a atitude racista e também conversar com esses jovens que querem dar a mão para combater esse tipo crime. A juventude que está querendo conversar sobre o tema e levá-lo para frente”, ressalta Cláudio. “Não foi um serviço de pintura, mas uma aula de arte”, destacou o professor.

Para a vice-diretora do colégio, Elizabeth de Fátima, o grafite foi uma forma de dar uma resposta à frase pichada. ”Na segunda vez em que o muro foi pichado, nós queríamos, de alguma maneira, responder. E, com essa arte, queremos que as pessoas entendam e tenham o respeito à diversidade”, explica.

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