Cuidadoras são indiciadas por maus-tratos e desvio de R$ 2 milhões que levaram idoso à morte em Juiz de Fora
Segundo a Polícia Civil, os golpes começaram em 2021 e somaram mais de R$ 2 milhões, comprometendo inclusive o pagamento do plano de saúde da vítima
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou quatro cuidadoras por estelionato contra idoso, associação criminosa, desvio de dinheiro e maus-tratos com resultado morte, em Juiz de Fora. Segundo as investigações, as suspeitas desviaram cerca de R$ 2 milhões de um auditor fiscal aposentado, de 62 anos, ao longo de quatro anos.
De acordo com as apurações, além do prejuízo financeiro, o idoso foi mantido em condições insalubres e sem alimentação adequada. Em julho deste ano, ele morreu em um hospital público da cidade, em decorrência de uma infecção generalizada. Segundo a Polícia Civil, as retiradas indevidas de dinheiro levaram à perda do plano de saúde, por falta de pagamento. Ao procurar atendimento em um hospital particular, o idoso descobriu que o convênio havia sido cancelado e precisou ser transferido para a rede pública.
O delegado responsável, Rodolfo Rolli, explicou que “ficou comprovado o estelionato contra idoso, associação criminosa, desvio de dinheiro com base no artigo 102 do Estatuto do Idoso e maus-tratos com resultado morte. As penas podem ultrapassar 30 anos”. A PCMG também solicitou à Justiça a prisão preventiva das quatro investigadas, o sequestro de bens móveis e imóveis, além do bloqueio de movimentações financeiras delas e de familiares. As suspeitas permanecem em liberdade até decisão judicial.
Relembre o caso
Em julho deste ano, a Tribuna noticiou a morte do auditor fiscal aposentado após quadro de infecção generalizada. Na ocasião, familiares denunciaram que ele havia sido vítima de maus-tratos e de furtos cometidos pelas cuidadoras. Segundo a Polícia Civil, os golpes começaram em 2021 e somaram mais de R$ 2 milhões, comprometendo inclusive o pagamento do plano de saúde da vítima.