Secretaria de Saúde divulga dados sobre atendimentos nas UPAs
Pasta apresentou dados de atendimento das UPAs Santa Luzia, São Pedro e Norte no mês de junho, com o objetivo de esclarecer sobre o funcionamento da rede
Após denúncias de que a falta de vagas em hospitais da cidade estaria sobrecarregando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade – UPA Santa Luzia, UPA São Pedro e UPA Norte -, inclusive com internações que estariam durando até mais de dez dias, a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora divulgou, à Tribuna, dados de atendimento destas unidades no mês de junho, com o objetivo de esclarecer sobre o funcionamento da rede.
Segundo a pasta, quase dez mil atendimentos foram realizados pela UPA Norte no mês passado. Deste total, 98% dos casos foram solucionados na própria unidade, sem necessidade de internação. Do número de atendimentos restantes, cerca de 161 pacientes foram internados, sendo que metade permaneceu por menos de 24 horas na unidade; 8% ficaram até 24 horas; 35% permaneceram internados por até cinco dias; e apenas 6% dos pacientes hospitalizados ficaram na unidade por mais de cinco dias.
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Em relação à UPA São Pedro, foram realizados 6.137 atendimentos. Destes, 113 eram casos de internação, sendo que 34% pacientes foram liberados em menos de 24 horas, e 44% em até 24 horas. Cerca de 10% dos pacientes internados permaneceram por até cinco dias na unidade e 12% ficaram hospitalizados por mais de cinco dias.
Já na UPA Santa Luzia, segundo o setor administrativo da unidade, foram realizados 8.849 atendimentos no mês passado. No total, 169 pacientes foram internados. O percentual de atendimentos solucionados em até 24 horas foi 72%, e outros 11,4% foram resolvidos em até 48 horas. Cerca de 11,26% dos pacientes ficaram internados durante intervalo de três a cinco dias. Ainda conforme os dados da UPA, uma permanência por 18 dias foi registrada no mês passado na unidade, o que representa 0,59% do total de atendimentos.
As UPAs funcionam como unidades de atendimento para pacientes em situação de urgência. Quando há internações, o paciente permanece na unidade apenas enquanto aguarda vaga em um hospital. A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora afirmou ainda que a sazonalidade contribui para que haja redução no número de vagas disponíveis nos hospitais, uma vez que pacientes idosos e de outros grupos de risco tendem a ficar mais vulneráveis nesta época mais fria do ano, ocupando as vagas por mais dias. Além disso, o fato de Juiz de Fora ser referência na região tem feito com que muitos pacientes de municípios adjacentes procurem atendimento na cidade.
Pacientes com câncer
Em relação aos pacientes oncológicos, que também estariam internados nas UPAs por falta de absorção dos hospitais de referência para tratamento de câncer, a Tribuna divulgou, na edição desta sexta-feira (28), o caso de uma paciente, 79 anos, que já estaria em tratamento na Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer), mas que ainda aguardava transferência para a unidade. Ela estaria internada na UPA Santa Luzia desde o dia 13 de julho.
Nesta sexta, a Ascomcer se posicionou por meio de nota, e afirmou que o caso da paciente se trata de uma intercorrência clínica sem relação com o tratamento contra o câncer, e que “já foi inclusive justificada no Sistema do SUS Fácil pela médica que acompanha a paciente em sua doença”. O hospital disse, ainda, que por se tratar de uma ocorrência clínica não oncológica, o hospital fica impossibilitado de absorver esta demanda, e que reserva os leitos para pacientes que necessitam da intervenção do médico oncologista.