Caminhoneiros liberam acostamentos da BR-040, mas mantêm caminhões parados
Conforme os manifestantes, não houve repressão por parte de forças federais. Veículos que estavam no acostamento da rodovia foram levados pelos próprios caminhoneiros para pátios.
Os motoristas que ocupavam a BR-040, em Juiz de Fora, liberaram a maior parte do acostamento da rodovia, mas mantêm a greve neste domingo, (27), sétimo dia da manifestação nacional da categoria. A Tribuna percorreu os trechos entre os km 778 e 780, altura da Zona Norte, na manhã deste domingo, e constatou que a maioria dos caminhões já havia sido retirada do acostamento. Os manifestantes afirmam, porém, que os veículos foram apenas remanejados para um pátio às margens da rodovia, na altura do Distrito Industrial. Outra parte está em uma cooperativa, também no Distrito.
Por volta das 9h, policiais rodoviários federais de Juiz de Fora orientaram que os caminhões que ainda permaneciam no acostamento da rodovia fossem retirados. Caso contrário, a PRF prometia emitir multas aos caminhoneiros, no valor aproximado de R$ 5.700.
Um dos manifestantes que está parado em Juiz de Fora, Samuel Paulino informou que a retirada foi uma medida tomada para garantir a segurança dos motoristas que manifestam e também daqueles que trafegam pela rodovia, já que alguns caminhões estavam parados em curvas e locais perigosos. Ele afirma que as situações em Matias Barbosa e Barbacena segue a mesma, ou seja, a paralisação nessas cidades também se manteve.
Em Minas Gerais, são 57 pontos de manifestação ao longo das rododivas federais, segundo boletim emitido pela PRF na noite deste sábado. Até as 19h, havia 586 pontos ativos de bloqueios por manifestações de caminhoneiros em todo o país. Também foram registrados 577 pontos desbloqueados.
Segundo a PRF, corredores para a circulação de transporte de animais vivos, gêneros alimentícios, equipamentos essenciais, medicamentos, combustíveis e outras cargas sensíveis estão sendo mantidos, além da prestação de apoio aos manifestantes durante as desmobilizações no intuito de garantir a segurança de todos os usuários das rodovias federais. O Rio Grande do Sul concentra a maior parte dos bloqueios, 94, seguido por Santa Catarina, com 68, e Minas Gerais, com 57.
Multas
Desde terça-feira, dia seguinte ao início da paralisação de caminhoneiros em todo o país, a PRF emitiu 349 multas por obstrução de via, que juntas somam R$ 1,77 milhão em infrações. Na sexta-feira, uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) estipulou também que sejam aplicadas multas de R$ 100 mil por hora a entidades e R$ 10 mil por dia a motoristas que atuarem em bloqueios de rodovias.
Segundo a PRF, a grande maioria das multas são relativas ao artigo 253-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que prevê como infração gravíssima “usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre ela”.