JF irá receber superestrutura de segurança para monitorar estradas
Centro Integrado de Comando e Controle Móvel atuará em estradas de regiões vizinhas ao Rio
Juiz de Fora está entre os municípios que irão receber uma superestrutura de segurança para vigilância das áreas limítrofes com o Rio de Janeiro. Além do incremento nas ações de fiscalizações, que começaram a ser desencadeadas na última sexta-feira (23), com a vinda de equipes especializadas de Belo Horizonte, a cidade receberá o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel (CICC Móvel). As ações acontecem por conta da intervenção de segurança do Rio, onde as Forças Armadas irão atuar nas ruas até, pelo menos, o fim deste ano. O centro é uma espécie de carreta com tecnologia de ponta, que possui estações de trabalho, com internet e câmeras de grande alcance, possibilitando o acesso aos diferentes sistemas de segurança e auxiliando na tomada de decisões rápidas e estratégicas, de forma integrada.
Na carreta estão, entre outras coisas, câmeras que se elevam 30 metros e alcançam até 5km, com imagens nítidas e visão térmica e noturna. De acordo com informações da Secretaria de Estado e Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp), do local, várias instituições poderão trabalhar de forma conjunta e abordar pessoas e veículos utilizando cruzamento de bancos de dados e sistemas como leitura de placas e consulta de foragidos. Segundo a Sesp, no interior do CICC Móvel é possível fazer, ainda, monitoramento de pessoas que utilizam tornozeleiras eletrônicas e que estão circulando no hipercentro, auxiliar na condução de menores infratores pelo sistema socioeducativo, realizar o monitoramento das vias por meio das câmeras do Olho Vivo, fazer o registro de ocorrências e utilizar diferentes sistemas de segurança necessários às instituições.
Ainda não há uma data de quando a ação se inicia no município. A Sesp informou que “os detalhes da operação com uso do CICC Móvel ainda estão sendo planejados”.
‘Rio é um laboratório para o Brasil’, diz interventor
Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (27), o interventor federal General Walter Braga Netto afirmou que iria se reunir com lideranças de estados vizinhos para discutir questões ligadas às ações no Rio. Porém, não apontou quem seriam os envolvidos. O oficial disse ainda, segundo matéria publicada pela Agência Estado, que “o Rio é um laboratório para o Brasil” no que diz respeito à integração das forças de segurança federais e estaduais, e que em seu gabinete há representantes de todos os órgãos do setor. Ele apontou que a intervenção fará um “trabalho de gestão” da segurança pública, uma “janela de oportunidades” para o Estado e garantiu que não está prevista ocupação permanente de favelas conflagradas.
Sobre o combate à corrupção, que seria uma tônica da intervenção, Braga Netto ressaltou que a meta “é fortalecer as corregedorias e tomar todas as medidas para que o mau policial seja penalizado”. Segundo o general, que deu rápida entrevista coletiva pela manhã, o foco da missão é recuperar “a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade de todo o estado”. Ele disse também que “a estrutura da segurança pública do Rio de Janeiro permanece a mesma” e que as ações ainda estão “em fase de estudos”.
Tropas da região
As tropas da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), sediada em Juiz de Fora, estão prontas para serem empregadas, mas ainda não há previsão de quando (ou se) elas serão enviadas ao Rio de Janeiro. Militares de Juiz de Fora já atuaram em algumas manobras na capital fluminense, entre elas, o processo de pacificação dos complexos do Alemão, Penha e Maré. Trabalharam também, em fevereiro do ano passado, na segurança do Espírito Santo, por conta da crise na segurança pública, quando os policiais militares fizeram greve. Participaram ainda da Missão de Paz no Haiti e na segurança nos Jogos Olímpicos de 2016.
Integração entre as inteligências de Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo
O secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Sérgio Barboza Menezes, participou na última quinta-feira (22), de uma reunião com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e os secretários de segurança de São Paulo, Mágino Alves Barboza Filho, e do Espírito Santo, André Garcia, na capital paulista. A intenção, segundo a Agência Minas, foi “conhecer o plano com os detalhes que o tema exige e, com isso, promover o alinhamento preventivo entre os estados vizinhos”.
No encontro, Sérgio Menezes propôs o reforço da integração entre as inteligências de Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo, com troca de informações de forma contínua e com acesso a possíveis alertas e movimentos identificados da ação no Rio. O “esforço de inteligência integrado”, como destacou Menezes, vai focar, principalmente, no mapeamento das divisas, avaliações de fluxos de entrada de armas e drogas e na gestão estratégica de alvos. A proposta mineira foi aceita pelo grupo, que já marcou para esta semana uma reunião com as áreas de inteligência dos estados e do Ministério da Justiça para tratar os desdobramentos.