PF investiga organização criminosa na Abin e cumpre mandados em Juiz de Fora e região

A suspeita é de que autoridades públicas e cidadãos estariam sendo monitorados indevidamente


Por Tribuna

25/01/2024 às 08h57- Atualizada 25/01/2024 às 09h40

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Foto: Gov.br

Um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido pela Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora, na manhã desta quinta-feira (25), na esteira de investigações sobre a instalação de uma organização criminosa na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e cidadãos. Ao todo, 21 mandados são cumpridos. São João del-Rei (1), Rio de Janeiro (1) e Brasília (18) também são alvos da Operação Vigilância Aproximada.

A PF ainda não divulgou informações sobre a ação em Juiz de Fora, bem como o alvo do cumprimento do mandado de busca e apreensão, e o site da Tribuna será atualizado assim que houver novidades.

Os suspeitos de integrarem a organização criminosa invadiam a rede de telefonia do país para realizar o monitoramento ilegal. Para isso, eram usadas ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem o conhecimento do próprio monitorado.

Deputado Alexandre Ramagem é alvo

Conforme informação noticiada pela GloboNews, um dos alvos da manhã desta quinta-feira é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Buscas estão sendo efetuadas no gabinete e no apartamento da Câmara, hoje ocupado pelo deputado que comandou a Abin no governo Jair Bolsonaro.

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Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) (Foto: Valter-Campanato / Agência Brasil)

Outra operação já investigava estrutura paralela na Abin

As ações que estão em curso nesta manhã dão continuidade a uma investigação que já havia sido deflagrada em outubro. De acordo com publicação do Governo Federal, na época, as diligências mostraram a existência de um grupo paralelo na Abin, que usaria das ferramentas do órgão para produzir informações para cunho político e midiático, bem como interferir em investigações federais.

Entre os crimes pelos quais os suspeitos podem responder estão a invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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