Mc XuxĂș denuncia transfobia em pizzaria do Centro
Atualizada Ă s 17h12
“Tem hora que dĂĄ vontade de entrar em um buraco e nĂŁo sair nunca mais.” O desabafo Ă© de um relato em vĂdeo feito pela artista Mc XuxĂș em sua pĂĄgina, sobre um caso de transfobia que sofreu em uma pizzaria do Centro na Ășltima quarta-feira. A postagem teve mais de 320 mil visualizaçÔes, mais de mil comentĂĄrios e quase quatro mil compartilhamentos.
Segundo Karol Vieira (nome social da funkeira), ela, sua mĂŁe e uma amiga chegavam ao estabelecimento, na Avenida Itamar Franco, no Centro, quando clientes do restaurante começaram a debochar da artista. “Eles começaram a me ofender quando eu ainda nem tinha entrado, porque o muro da pizzaria Ă© baixo. AĂ que eu quis entrar para mostrar que sou como qualquer outra pessoa, comendo uma pizza, tomando uma cerveja. Mas a humilhação nĂŁo parou. Fui Ă mesa deles e nem assim eles pararam. Quando levei o caso ao gerente, esperava que ele pedisse apenas para eles ‘maneirarem’ no volume, nem queria que me defendesse. Mas ele disse que era para eu resolver do meu jeito”, relembra a cantora.
A polĂcia foi acionada e se dirigiu ao local, onde foi registrado um boletim de ocorrĂȘncia no qual consta o pedido do funcionĂĄrio para que XuxĂș solucionasse o problema “do seu jeito”. No documento, tambĂ©m ficou registrado que a agressĂŁo verbal ocorreu fora do estabelecimento, o que XuxĂș desmente. “Começou quando eu nem tinha entrado, e eles estavam em uma mesa”, relata. A Tribuna procurou a pizzaria Trem da Terra onde o caso aconteceu, e o proprietĂĄrio informou que estĂĄ apurando os fatos com base no boletim de ocorrĂȘncia, e que funcionĂĄrios relataram que a cantora “estava nervosa, mas depois atĂ© comeu pizza”, ressalta o dono do restaurante, que nĂŁo estava no local no momento da agressĂŁo.
A pizzaria tambĂ©m se retratou no Facebook em nota, afirmando que tinha chamado a polĂcia para prestar “apoio dentro de nosso alcance”. “Quem ligou para a polĂcia foi a minha amiga, porque eu estava muito abalada”, rebate XuxĂș. “Ficam dizendo que Ă© vitimismo, mas ninguĂ©m sofre o que travesti sofre na pele. Por isso que nĂŁo vou ficar calada. Minha voz Ă© minha arma. O silĂȘncio faz com que hoje eles riam, amanhĂŁ joguem uma bolinha de papel, no outro dia, uma garrafa, atĂ© que eles nos matem.”
Assista ao desabafo completo da artista: