Avanço da pandemia impacta no estoque de sangue do Hemominas
Medidas para evitar aglomerações reduziram atendimentos diários no Hemocentro de Juiz de Fora
Desde o início da pandemia em Juiz de Fora, em março do ano passado, o Hemocentro Regional de Juiz de Fora registrou queda no número de doações de sangue, com o estoque abaixo do ideal. A diminuição também tem sido influenciada pela menor disponibilidade de horários para agendamento de doações, como medida para evitar aglomerações no espaço.
De acordo com a integrante da equipe de captação do Hemocentro, Rosani Martins, as doações de sangue na cidade e região têm oscilado, conforme sazonalidades e o agravamento da situação sanitária, especialmente como observado nos últimos dias. Durante a pandemia, o Hemominas chegou a registrar até 40% de redução nas doações. “Nós estamos trabalhando com o estoque abaixo do desejado desde que a pandemia se agravou, e nos momentos que coincide com os sazonais de queda, isso se amplia ainda mais. Como por exemplo, no final de ano e outras datas comemorativas”.
Além disso, a diminuição na capacidade de atendimento também tem ocasionado a baixa, mas esta é uma das medidas para evitar aglomerações no local por conta da pandemia da Covid-19. “Em muitos momentos, não estamos tendo como trabalhar com relativa tranquilidade, principalmente porque precisamos reduzir a capacidade de atendimento para não haver aglomeração. Temos que seguir as regras do distanciamento, então vamos continuar tendo uma oferta menor do que a demanda”, explica Rosani. “Isso não é só conosco, mas é uma realidade que está acontecendo no Brasil, tanto que estamos vivendo um momento em que cirurgias eletivas estão sendo canceladas, só está sendo feito o que é emergencial ou prioridade. Estamos vivendo um dia de cada vez”, diz.
Em relação aos tipos sanguíneos, os mesmos também contam com oscilação de disponibilidade. Entretanto, conforme destacado pela representante da equipe de captação, todos os tipos possuem a mesma importância no momento da doação. “Sempre temos um ou dois grupos que não estão no nível ideal, mas já tivemos dia em que todos estavam abaixo do ideal.”
Doações
Atualmente, as doações no Hemocentro estão ocorrendo apenas por agendamento prévio. A programação pode ser feita por meio do site da Fundação Hemominas ou pelo aplicativo MG app. Em caso de dúvidas, o telefone (32) 3257-3113, do setor de captação, também pode ser contactado. Os atendimentos acontecem de segunda a sábado, de 7h ao meio-dia.
Conforme Rosani, a unidade pede compreensão dos interessados quanto às disponibilidades de horário para doação por conta das medidas de distanciamento social. “Juiz de Fora é uma cidade atípica no sentido positivo da palavra. Nós temos mais pessoas querendo doar do que pessoas correndo de doação, digamos assim”, brinca. “Mas é preciso compreender que a agenda não enche depressa porque temos muitos doadores. Ela enche depressa porque não tem tanta vaga”, explica.
Brasil teve redução de 20% nas doações de sangue
No ano passado, por conta da pandemia da Covid-19, o Brasil observou uma queda de cerca de 20% nas doações de sangue em todo o território nacional. Isso ocorreu por conta da diminuição da circulação de pessoas e ao próprio adoecimento de uma parcela da população, de acordo com o Ministério da Saúde. Com estas circunstâncias, a pasta lança, nesta terça-feira (23), a campanha “Meu Sangue Brasileiro”, a fim de incentivar a doação voluntária e regular de sangue, bem como garantir a manutenção dos estoques dos hemocentros em todo país.
Conforme o Ministério da Saúde, enquanto a campanha de vacinação contra a Covid-19 está em andamento, a orientação é que os voluntários façam as doações antes de serem vacinados contra a doença. A medida se deve a um impedimento temporário para aqueles que receberam determinadas vacinas compareçam aos locais de doação.
Como destacado pela pasta, “o foco da campanha é atentar para que a população continue doando sangue de forma contínua, uma vez que seu consumo é diário por conta de demandas como anemias crônicas, cirurgias de urgência, acidentes que causam hemorragias, complicações da dengue, febre amarela, tratamento de câncer e outras doenças graves.”