Polícia analisa imagens no caso da morte de professora
Gravações de câmeras de estabelecimentos da Rua Marechal Deodoro podem ajudar a esclarecer crime
A Polícia Civil analisa imagens gravadas por câmeras de segurança da parte baixa da Rua Marechal Deodoro que flagraram as ações relacionadas à trágica morte da professora Fabiana Filipino Coelho, 44 anos, baleada no abdômen na última quarta-feira (20), quando fazia compras para o aniversário do filho de 5 anos no Centro de Juiz de Fora. Segundo o titular da Delegacia Especializada de Homicídios e responsável pelo inquérito, Rodrigo Rolli, as filmagens podem ajudar a elucidar o caso. O tiro que atingiu a docente partiu da arma do sargento reformado da Polícia Militar Vanderson da Silva Chaves, 44. Ele estava na rua com sua filha quando tentou impedir a fuga de um adolescente, 16, que teria acabado de assaltar uma pedestre, 28. Antes de atirar, o militar foi esfaqueado no braço pelo infrator.
“Quero observar as imagens para ver como foi a ação. Inclusive para ver a possibilidade de o tiro não ter acertado diretamente a vítima. Pode ter atingido a parede, ricocheteado e a acertado posteriormente”, disse o delegado. Com o auxílio do laudo de necropsia, Rolli vai verificar algumas situações técnicas, como se o disparo alvejou Fabiana de cima para baixo ou ao contrário. Ele também vai apurar se alguma câmera do Olho Vivo flagrou momentos relacionados ao caso.
O delegado ainda deverá ouvir, nos próximos dias, o adolescente apreendido e acautelado no Centro Socioeducativo pelos atos infracionais análogos a roubo e a tentativa de homicídio. Assim como o policial da reserva que, até esta sexta-feira (22), permanecia internado no Hospital Albert Sabin, devido a um corte profundo no braço.
A professora também chegou a ser socorrida ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu na noite do mesmo dia. Ela foi sepultada na tarde de quinta no Parque da Saudade, mesma data do aniversário de seu único filho. Além da presença do marido e de outros familiares, o velório reuniu amigos, colegas de trabalho e alunos da Escola Normal, onde Fabiana lecionava matemática. As cerimônias foram marcadas pela dor da perda repentina ocorrida em meio à violência.
As aulas foram suspensas naquele dia e deram lugar a manifestações, que partiram do colégio e percorreram ruas centrais até o ponto onde a professora teve a vida interrompida por uma bala. Também houve luto na Escola Municipal Clotilde Peixoto Hargreaves, do Bairro Linhares, Zona Leste, outra instituição de ensino onde a docente trabalhava. As secretarias de Educação municipal e estadual também lamentaram a morte.