Campanha pretende resgatar o orgulho de ser juiz-forano


Por Liliane Turolla

21/08/2014 às 16h41

Prefeito Bruno Siqueira e o idealizador do projeto, o publicitário Sérgio Bara

Prefeito Bruno Siqueira e o idealizador do projeto, o publicitário Sérgio Bara

"Precisamos ser ousados, inovadores e fortes. Grandes no pensamento e na ação." Com esse discurso, o movimento "Pra cima, Juiz de Fora", que pretende resgatar na população o orgulho de ser juiz-forano, convocou políticos, empresários, líderes comunitários e sindicais para juntos assumirem o compromisso de ajudar a transformar a cidade, a partir de uma sociedade colaborativa, onde todos participem para garantir o bem comum. A solenidade oficial de entrega do documento com as diretrizes do movimento, a "Carta Juiz de Fora", aconteceu nesta quinta-feira (21) e contou com a presença do prefeito Bruno Siqueira, do presidente da Câmara dos Vereadores, Júlio Gasparette (PMDB), dos deputados federais Margarida Salomão (PT) e Marcus Pestana (PSDB), do reitor da UFJF, Henrique Duque, entre outras autoridades do Legislativo e Executivo e representantes dos setores empresarias e das comunidades.

Idealizado pelo publicitário Sérgio Bara, o "Pra cima, Juiz de Fora" reflete o clamor social por mudanças na cidade, percebido, essencialmente, nas redes sociais. É um manifesto que começa no plural, como se auto define, visando mostrar à população e às lideranças que é preciso unir suas forçar para transformar Juiz de Fora. O documento proposto pelo movimento tem como finalidade garantir que o compromisso seja firmado e cumprido, bem como estabelece uma agenda de discussões com pautas voltadas para as melhorias da cidade. "Chega de ver tanta gente excelente tendo que buscar oportunidades fora daqui", brada o documento.

Para Bara, pensar grande é o primeiro passo para alcançar os objetivos propostos pela Carta. Agir grande, segundo ele, será o segundo. "Não podemos ficar só nas ideias. Esse encontro de hoje é um momento histórico, pois marca o início da união de nossas forças. Juntos nós podemos construir um caminho melhor." Além de convocar os governantes, o movimento apela aos cidadãos que também assumam responsabilidades para pensar Juiz de Fora de forma inteligente e inspirar toda a cidade e Zona da Mata. "Queremos inspirar para poder transformar e renovar as esperanças de todos. Somos capazes de virar o jogo. Juiz de Fora tem um potencial gigante", observa o publicitário.

Na solenidade, o prefeito Bruno Siqueira destacou a necessidade de união das classes para acelerar os processos propostos pelo documento. "O envolvimento de todos será muito importante para levar nossa cidade cada vez mais para cima." O prefeito ressaltou, ainda, que os encontros periódicos serão fundamentais para o processo e assumiu o compromisso de seguir a agenda de debates proposta, com no máximo três meses de intervalo entre as reuniões.

Representando os empresários, José Ricardo Daibert falou sobre a parte que cabe ao cidadão para mudar Juiz de Fora. "Para alcançar a qualidade, precisamos começar varrendo a nossa própria sala." Para Daibert, um dos pontos-chave do movimento é a questão do planejamento proposto. "Planejar significa reduzir a ansiedade, saber onde a gente quer chegar e onde pode chegar, em sintonia com realidade, sociedade e políticos. É hora de arregaçar as mangas para uma caminhada coletiva."

A deputada federal Margarida Salomão (PT) disse no evento que é preciso superar a visão pessimista e derrotada que o povo tem sobre as possibilidades de Juiz de Fora: "o projeto é um convite para que a cidade se olhe em um espelho mais generoso."

O também deputado federal Marcus Pestana (PSDB) ressaltou também a necessidade de os cidadãos descobrirem a identidade real e contemporânea da cidade e se orgulharem dela.

 

Voz da periferia

A líder comunitária do Bairro Santa Cândida, Adenilde Petrina, acredita que o movimento é importante para dar voz às comunidades. "A periferia é vista como o patinho feio e o quarto de despejo da cidade, onde tudo que não presta é jogado lá. É um lugar feio, enquanto os bairros ricos e centrais são arrumados. Precisamos transformar migalhas em direitos, isso cria nos moradores um sentimento de descrença e falta de esperança, principalmente, na juventude. Eles não acreditam que a situação vá melhorar. Mas nós cansamos de chorar, arregaçamos as mangas e estamos trabalhando para mudar a cidade." Petrina disse ainda que as comunidades precisam ser ouvidas, pois têm muito a dizer. "Sabemos o que está acontecendo na cidade e o porquê de estar acontecendo. Podemos debater com acadêmicos e políticos. Temos muita moeda para trocar",

Sobre os benefícios do projeto para a cidade, Adenilde enfatiza que ele será importante para resgatar o sentimento de pertencimento dos jovens. "Está faltando orgulho de ser juiz-forano. Se houver empenho e se puxar a periferia junto, vai dar certo. Por que a juventude não tem esperança no amanhã? Esse é o questionamento. Espero que esse manifesto ajude a gente a encontrar respostas para isso. Queremos mudar a situação."

O próximo passo do coletivo será reunir setores especializados da cidade, como turismo, cultura e saúde, para consolidar as propostas a serem levadas às lideranças na primeira reunião, já agendada para o dia 12 de novembro.

 

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