Minas Gerais entra em situação de emergência sanitária por gripe aviária

Estado confirmou caso da doença em aves ornamentais na região metropolitana de Belo Horizonte e investiga caso em Mateus Leme


Por Elisabetta Mazocoli

27/05/2025 às 13h05

Minas Gerais decretou situação de emergência sanitária por causa da gripe aviária. A medida assinada pelo governador Romeu Zema (Novo) foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (27) e tem validade de 90 dias. No momento, há um caso suspeito da doença sendo investigado em Mateus Leme, na Grande BH, a cerca de 300 km de Juiz de Fora. O Estado também confirmou caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), em aves ornamentais em um sítio localizado na região metropolitana de Belo Horizonte.

A publicação indica que as medidas de monitoramento, as ações preventivas e a análise de riscos serão realizadas em cooperação com o setor privado e o poder público, de acordo com as diretrizes Ministério da Agricultura e Pecuária e os protocolos sanitários estabelecidos na legislação. O Governo, através de nota, também destacou que transmissão das aves para os humanos não é comum, mas pode ocorrer em pessoas que foram expostas a uma grande carga viral ou que estejam com baixa imunidade. A Influenza Aviária, ainda, não é transmitida pelos alimentos, desde que estes sejam bem cozidos.

De acordo com informações do Governo Federal, quando os vírus da influenza aviária circulam entre aves há o risco de ocorrência esporádica de casos humanos pela exposição a aves infectadas ou ambientes contaminados. Apesar da doença ser rara em humanos, quando ocorre, pode ser grave e tem alta taxa de mortalidade — chegando a taxa de 53% de acordo com Organização Mundial da Saúde.

Governo detalha medidas

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), informou que esse não é o primeiro caso registrado em Minas Gerais. Em 2023, um pato de vida livre da espécie Cairina moschata já tinha sido diagnosticado com Influenza Viária de Baixa Patogenicidade (H9N2), que costuma apresentar pouco ou nenhum sintoma nas aves e não oferece riscos para os seres humanos.

Em função do caso confirmado, no entanto, a medida emergencial foi adotada e necessária para que Minas Gerais realize todas as ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo a eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros. “Todas as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo de Minas fazem parte do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), firmado entre União, Estados e setor produtivo, ainda em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul.  Até o momento, não há qualquer comprometimento da produção avícola do estado”, afirmaram, através de nota.

A medida irá ajudar os órgãos a ampliar as políticas de prevenção, rastreio e controle sanitários da Influenza Aviária que já estavam sendo realizadas. “As ações também incluem medidas de biosseguridade das granjas comerciais, políticas de educação sanitária e vigilância nas propriedades classificadas como risco, cadastro e vistoria em criatórios de subsistência, além de ações sanitárias em eventuais áreas de foco da doença”, afirmaram.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.