Quadrilha que aplicava golpes relacionados ao PIS é presa

Grupo de São Paulo usava documentos falsos para conseguir sacar os benefícios. Três pessoas foram presas e encaminhadas para a sede da Polícia Federal


Por Michele Meireles e Vívia Lima

20/03/2019 às 11h28- Atualizada 20/03/2019 às 16h25

Três pessoas foram presas em flagrante suspeitas de integrarem uma quadrilha de São Paulo que teria vindo à Juiz de Fora para aplicar golpes relacionados a saques do Programa de Integração Social (PIS). O caso foi descoberto na tarde de terça-feira (19), depois que o gerente de uma agência bancária da Caixa Econômica Federal, localizada da Avenida Rio Branco, no Centro, percebeu que uma jovem, 23 anos, tentava sacar o benefício fazendo o uso de documentos falsos. Ainda não se sabe o prejuízo que o grupo causou na cidade e quantos clientes podem ter sido afetados. Outros municípios também seriam alvos dos criminosos. O caso seguiu para investigação na Polícia Federal.

De acordo com o registro da Polícia Militar (PM), o gerente, 41, notou a atitude suspeita do grupo e acionou a corporação, por volta das 14h. A mulher foi abordada ainda na agência e confessou aos militares que estava tentando aplicar golpes e sacar dinheiro de várias contas de PIS, que é uma contribuição tributária que tem como objetivo financiar o pagamento do seguro-desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e entidades, de várias contas.

Documentos falsos nas partes íntimas

Em conversa com os militares, a jovem afirmou que, para cada saque, usava uma identidade e possuía uma lista de vários endereços de agências do mesmo banco em Juiz de Fora. Ela agia junto de outras três pessoas, duas mulheres e um homem, que aguardavam em um carro estacionado na Rua Fernando Lobo. Os policiais foram até a via e encontraram apenas o casal. A outra integrante do esquema, 25, passou por revista íntima feita por uma policial feminina, e foram localizadas dois documentos de identidade falsos em sua vagina. Ela também saiu de São Paulo para aplicar golpes na cidade. Já o homem, 31, afirmou que seria somente motorista do grupo. Sua função era trazer as mulheres para praticar os crimes financeiros em Juiz de Fora e outras cidades da região. Uma quarta envolvida conseguiu fugir.

Estelionatários recebiam R$ 200 a cada saque

Para cada saque realizado, as golpistas recebiam R$ 200. A quantia, segundo elas, era entregue ao motorista. No carro, a PM encontrou R$ 2.368 em dinheiro e mais algumas identidades falsas em nome de diversas pessoas, todas com fotos da mulher de 25 anos. Também foram apreendidos um pedaço de maconha e um cigarro da mesma droga.

Apesar de confessar o crime, nenhum suspeito disse aos policiais como era a estrutura do golpe e como conseguiam os dados para confeccionar as identidades falsas. Eles também não revelaram como conseguiam acesso às contas para descobrir quais clientes tinham direito ao PIS. O trio disse apenas que trabalhava para uma pessoa que repassava os documentos falsos e as orientações com rotas de saques.

O carro foi apreendido e os presos levados para a delegacia de Polícia Federal. Em nota, a Caixa Econômica Federal garantiu que “informações sobre eventos criminosos são repassados exclusivamente às autoridades policiais, e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes”, diz o texto.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.