Mulher é absolvida por morte de policial no Vitorino Braga
Os jurados acolheram o pedido da defensoria e da promotoria de que a mulher agiu em legítima defesa
A jovem de 24 anos que respondia pelo assassinato do policial civil Antônio Geraldo Peters Netto, 57, ocorrido na madrugada de 14 de novembro do ano passado, no Bairro Vitorino Braga, na Zona Leste de Juiz de Fora, foi absolvida pela Justiça. Os jurados acolheram o pedido da promotoria e da defensoria de que a mulher agiu em legítima defesa. A sessão no Tribunal do Júri do Fórum Benjamin Colucci, presidida pelo Juiz Paulo Tristão, nesta quarta-feira (18), durou quase seis horas.
Conhecido como Alemão, o policial foi alvejado por três tiros que partiram da sua própria arma, uma pistola ponto 40. Conforme a denúncia do Ministério Público, o casal mantinha um relacionamento amoroso conturbado há cerca de um ano. No dia dos fatos, o policial teria procurado a mulher para conversar e reatar o namoro. Ela teria se dirigido a uma loja na Rua do Monte, sendo seguida por ele. Os dois começaram a discutir, e a jovem teria pegado a arma da cintura dele e efetuado três disparos, fugindo em seguida.
Contra a suspeita, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça no dia 18 de dezembro. Em 9 de janeiro, ela se apresentou à Polícia Civil, de forma espontânea e acompanhada do seu advogado. Na ocasião, a mulher usou seu direito constitucional de permanecer calada, sendo encaminhada à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde permaneceu até o julgamento.
O inquérito já havia sido concluído no início de dezembro pelo delegado Rodrigo Rolli. Apesar de relatos iniciais apontarem que Alemão teria sacado a arma e ameaçado a jovem antes de ser morto, a Polícia Civil descartou a hipótese de legítima defesa e indiciou a mulher por homicídio qualificado. Para o delegado, um pedido de socorro do policial após o primeiro disparo, seguido de mais dois tiros, demonstra que a jovem não titubeou em executá-lo.
Alemão foi ferido na cintura, no braço e na cabeça. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu em estado grave e levado para o Hospital Monte Sinai, mas morreu horas depois no centro cirúrgico. Na época do homicídio, a Polícia Civil de Minas informou que Antônio Geraldo era lotado na Central de Flagrantes (Uniflan-Barreiro), em Belo Horizonte, e estava de licença para se aposentar. Ele também já havia atuado na 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha.