Agente penitenciária é presa por facilitar entrada de ilícitos no Ceresp

Mãe de detento tentava acessar a unidade prisional com drogas, celulares e carregadores e teria passado pela vistoria da funcionária. Segundo a Seap, ela já era investigada


Por Michele Meireles

18/02/2019 às 09h20- Atualizada 18/02/2019 às 16h38

Uma agente penitenciária de 30 anos foi presa em flagrante durante seu serviço dentro do Ceresp, que fica no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora, na manhã do último sábado (16). Ela é suspeita de ter facilitado a entrada da mãe de um detento na unidade com drogas, celulares e carregadores. De acordo com o documento policial, um inspetor deixou a agente suspeita na entrada da carceragem com um detector de metais para passar nas sacolas de cada visitante que chegasse ao local. A servidora já era investigada pelo setor de inteligência do Ceresp.

Por volta das 9h, a mãe de um preso, 40 anos, chegou à unidade e foi submetida aos procedimentos de revista, que foram feitos pela agente suspeita. A funcionária do sistema prisional teria revistado as sacolas onde estavam potes de comida e, conforme imagens das câmeras do Ceresp, aparentemente, ela não teria encontrado nada de ilícito.

Em seguida, a visitante seguiu para a verificação do aparelho semelhante a um raio-X corporal, conhecido como bodyscaner, que também não apontou nenhuma irregularidade. A mulher seguiu para a entrada da carceragem, porém, as comidas foram novamente submetidas ao detector de metal, desta vez, por outra equipe de segurança, que apontou que teria algo em meio aos alimentos.

Um agente fez a verificação manual dos potes com alimentos e localizou dois celulares com chips, dois carregadores, oito tabletes de maconha, uma pedra de crack e uma pacote com uma substância pastosa que não foi identificada. A agente e a mãe do preso foram detidas em flagrante. Elas foram levadas para a delegacia, onde tiveram o flagrante ratificado e encaminhadas para Penitenciária José Edison Cavalieri, onde está presa à disposição da Justiça.

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que apura “a possível conivência de uma agente penitenciária, que já vinha sendo monitorada pelo setor de Inteligência da unidade. A agente é servidora efetiva desde 2013 e, caso se confirme sua participação no ato, ela responderá administrativa e criminalmente.” A direção-geral do Ceresp instaurou também uma investigação preliminar para apurar o fato. As investigações criminais ficam a cargo da Polícia Civil.

 

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