Bombeiros encontram corpo de jovem desaparecido
Atualizada às 17h04
O corpo do jovem Matheus Goldoni Ribeiro, 18 anos, foi localizado no final da manhã desta segunda-feira (17), na cachoeira do Vale do Ipê, cerca de 56 horas após ser visto pela última vez, ao lado de fora da casa noturna Privilège, no Bairro São Pedro, na Cidade Alta. Matheus foi colocado para fora da boate por seguranças, na madrugada de sábado, após um desentendimento com outro jovem, dentro da casa, por motivos passionais. O corpo foi localizado por familiares e pelos Bombeiros que reiniciaram as buscas na mata da região, na manhã desta segunda, após protesto de familiares e amigos cobrando resposta sobre o desaparecimento do garoto. No começo da manhã, eles chegaram a fechar a Estrada Engenheiro Gentil Forn com troncos de árvores até o recomeço dos trabalhos pelos bombeiros, que já haviam realizado buscas no local durante todo o domingo, mas sem sucesso. Matheus foi encontrado de bruços, com quase todo o corpo dentro do curso dà água, próximo às pedras da cachoeira.
O caso será investigado pela Delegacia Especializada de Homícidios já que trata-se de morte violenta. Uma entrevista coletiva sobre o caso está sendo concedida nesta tarde, na Delegacia de Santa Terezinha.
A família, moradora do Bairro Santa Efigência, Zona Sul, cobra rigor nas apurações para o esclarecimento da morte do jovem, recém formado em eletrotécnica e que ainda comemorava uma promoção no primeiro emprego. “Não podemos deixar isso assim. As versões são desencontradas. Na primeira conversa que tivemos com a chefia da segurança, foi de que haviam corrido atrás dele para dar um ‘susto’ até entrar na mata. Na segunda versão, já disseram que ele havia descido a rua. De qualquer forma, precisamos saber o que houve. Queremos Justiça”, comentou a tia do jovem, Patrícia Santos Ribeiro, 36 anos.
Os pais, irmãos, ainda desolados, e muitos amigos acompanharam os trabalhos des resgate. “Não achava que ele seria encontrado morto. Ainda falei para ele não sair na sexta porque trabalharia no sábado. Ele disse que, como estava sem sair há um mês, iria, ainda mais que o irmão estaria junto. Ele não voltou para casa no sábado e achei que tivesse ido dormir na casa de algum colega e depois ido direto para o trabalho. Mas deu a hora de voltar para casa, e nada. Saímos a sua procura. Fomos no Hospital de Pronto Socorro, ligamos para a polícia, registramos a ocorrência e acionamos o Corpo de Bombeiros. Viemos no Privilège para pedir informaçõe e checar o cadastro de entrada e saída e conversamos com os seguranças, mas as informações não batem. Depois das 2h30 de sábado, ninguém sabia dele”, contou a mãe Nívea Goldoni Soares Ribeiro, 42, muito abalada. “Não vamos descansar até saber o que aconteceu. Pedimos as imagens do circuito do Privilège, e disseram que não foi filmado. Algumas testemunhas disseram que viram três a quatro seguranças correndo atrás dele aqui fora. O próprio envolvido na briga se dispôs a dar esclarecimentos porque ele teria permanecido dentro da casa”, destacou a tia.
Em nota, a Privilège confirmou a briga no estabelecimento. Ainda de acordo com o texto, a casa foi informada de que o jovem teria descido em direção ao Centro, quebrando retrovisores de automóveis estacionados na Estrada Engenheiro Gentil Forn. Ao tomar conhecimento do episódio, um segurança desceu a estrada, mas o jovem já não foi localizado. A casa de shows colocou-se à disposição para quaisquer esclarecimentos.
O delegado da Cidade Alta, Eurico da Cunha Neto, esteve no local e disse que o caso será investigado pela Especializada em Homicídios, mas adiantou que somente o laudo da perícia e do Instituto Médico Legal (IML) poderão determinar as causas e a situação da morte. “Dependemos desses exames da perícia e da necropsia para confirmar o que aconteceu, mas há duas hipóteses. De que teria saído correndo, fugindo dos seguranças e escorregado ou de homicidio. Mataram e o jogaram no local.”
Diante da gravidade e comoção do caso, o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Renato Preste, também acompanhou a remoção do corpo, mas preferiu não comentar a ocorrência.
Protesto pela manhã
Durante a manhã desta segunda-feira (17), a Estrada Engenheiro Gentil Forn foi fechada por cerca de uma hora por familiares e amigos de Matheus. Com troncos de árvores, eles impediram o trânsito de veículos nas duas pistas, causando retenções até a chegada do Corpo de Bombeiros. Alguns usuários de linhas de ônibus que circulam pela região preferiram descer dos coletivos e seguir a pé. Por volta das 9h, e após negociação com a Polícia Militar, o fluxo foi liberado.