Trabalhadores aprovam proposta de reajuste e greve do transporte público é descartada

Decisão foi tomada por unanimidade em assembleia realizada nesta quarta


Por Pedro Moysés

17/09/2025 às 15h29- Atualizada 17/09/2025 às 17h06

Os trabalhadores do transporte coletivo de Juiz de Fora aprovou, por unanimidade, na manhã desta quarta-feira (17), a proposta de acordo apresentada pelo Consórcio Via JF em reunião realizada às 14h da última segunda-feira (15), com mediação do Ministério do Trabalho. Com a aprovação, a greve, que já havia sido suspensa após a reunião com a entidade patronal, e qualquer outro movimento de paralisação estão definitivamente descartados pelo Sindicato dos Rodoviários de Juiz de Fora (Sinttro/JF) . 

Conforme noticiado pela Tribuna na última segunda-feira, na reunião mediada pelo Ministério do Trabalho, foi apresentada a proposta que prevê reajuste salarial de 6,18%, retroativo a julho de 2025. O termo inclui também a elevação do tíquete alimentação convencional para R$ 510, além da criação de um tíquete extra, no valor de R$ 400, destinado aos motoristas que atuam sem cobrador, com desconto proporcional em caso de faltas. Além disso, o entrave sobre a hora extra foi resolvido e o padrão, vigente hoje, será mantido com o pagamento integral das horas. 

A proposta tem validade de 24 meses, com vigência até junho de 2027, e estabelece ainda um novo reajuste salarial pelo INPC a ser aplicado em julho de 2026, sem incidência sobre o tíquete extra. A proposição foi aprovada por unanimidade em uma assembleia da categoria. 

Relembre a negociação

Ao todo, foram realizadas oito rodadas de negociações entre a categoria e a Via JF, algumas com a mediação do Ministério do Trabalho, até o acordo aceito. Além das rodadas, dois atos, um de paralisação e outro de retenção, foram realizados pelos rodoviários.

O primeiro ato realizado por parte da categoria foi uma paralisação de aproximadamente quatro horas no dia 24 de julho. Na época, o movimento ocorreu após um impasse entre a categoria e os patrões sobre o reajuste salarial. O pedido era de 12%, e a oferta foi de 2,5%.

No dia 30 de julho, uma semana após a paralisação, as partes voltaram à mesa de negociação. A oferta por parte das empresas que compõem o consórcio aumentou e chegou a 4,7% no salário e no vale-alimentação, com tíquete extra no valor de R$ 400. Novamente, a proposta foi recusada e outra reunião foi marcada. 

Sucessivas reuniões sem acordo

Durante o mês de agosto, sucessivas reuniões aconteceram sem nenhum acordo. No dia 28 de agosto, a proposta de reajuste salarial de 5,18% foi debatida e descartada em duas assembleias realizadas pela categoria no mesmo dia. Na época, o pleito de 12,5% foi mantido. Entre as assembleias, porém, no início da tarde, os trabalhadores promoveram ato que causou retenção no trânsito do Centro e comprometeu a oferta do transporte coletivo. A passeata ocorreu na Avenida Getúlio Vargas – sobretudo na esquina com a Rua Mister Moore – e na Avenida Rio Branco, nas proximidades da Cesama. Os ônibus circularam em velocidade reduzida, o que levou muitos passageiros a desistirem da espera e seguirem a pé.

No dia 2 de setembro, porém, após a recusa de 6,18% de aumento, o Sinttro entrou em estado de greve. Naquele dia, a Tribuna conversou com o sindicato, que afirmou que qualquer movimento seria avisado com antecedência.

Na última semana, uma nova reunião entre as partes aconteceu, no dia 8, quando a proposta, dada como final por parte da entidade patronal, foi, novamente, de 6,18%, sendo 5,18% a partir de janeiro e 0,5% a partir de julho de 2026, além do aumento do tíquete convencional para R$ 510 e do extra para R$ 400. Diante da negativa da maioria presente, foi anunciada a greve, cujo edital foi publicado na sexta-feira (12). O ato, agora cancelado, estava marcado para iniciar na primeira hora dessa terça (16). 

A última reunião foi realizada às 14h da segunda-feira desta semana, quando o acordo, agora aprovado, foi apresentado por parte dos empregadores. 

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