Rodoviários suspendem greve após oitava rodada de negociação nesta segunda

Suspensão acontece após nova reunião entre categoria e patronal mediada pelo Ministério do Trabalho


Por Pedro Moysés

15/09/2025 às 16h47- Atualizada 15/09/2025 às 17h16

O Sindicato dos Rodoviários de Juiz de Fora (Sinttro) divulgou, nesta segunda-feira (15), a suspensão da greve prevista para as primeiras horas desta terça-feira (16). A ação acontece após a oitava rodada de negociações entre a categoria e o consórcio Via JF que aconteceu às 14h desta segunda-feira (15). 

De acordo com informações obtidas pela Tribuna, na reunião desta segunda, mediada pelo Ministério do Trabalho, foi apresentada proposta que prevê reajuste salarial de 6,18%, retroativo a julho de 2025. O termo inclui também a elevação do tíquete alimentação convencional para R$ 510, além da criação de um tíquete extra, no valor de R$ 400, destinado aos motoristas que atuam sem cobrador, com desconto proporcional em caso de faltas.

A proposta tem validade de 24 meses, com vigência até junho de 2027, e estabelece ainda um novo reajuste salarial pelo INPC a ser aplicado em julho de 2026, sem incidência sobre o tíquete extra. Outro ponto apresentado é a chamada cláusula de paz, segundo a qual, em caso de deflagração de greve, o acordo perde automaticamente sua validade.

Procurado, o Sinttro afirma que agendou assembleia para esta quarta-feira, em que os trabalhadores vão deliberar sobre a aprovação dos termos apresentados. Também demandado, o Consórcio Via JF preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Retrospectiva

Ao todo, até o momento, foram realizadas oito rodadas de negociações entre a categoria e a Via JF, algumas com a mediação do Ministério do Trabalho. 

O primeiro ato realizado por parte da categoria foi uma paralisação de aproximadamente quatro horas no dia 24 de julho. Na época, o movimento ocorreu após impasse entre a categoria e os patrões sobre o reajuste salarial. O pedido era de 12%, e a oferta foi de 2,5%.

No dia 30 de julho, uma semana após a paralisação, as partes voltaram à mesa de negociação. A oferta por parte das empresas que compõem o consórcio aumentou e chegou a 4,7% no salário e no vale-alimentação, com tíquete extra no valor de R$ 400. Novamente, a proposta foi recusada e outra reunião, marcada. 

Sucessivas reuniões sem acordo

Durante o mês de agosto, sucessivas reuniões aconteceram sem nenhum acordo. No dia 28 de agosto, a proposta de reajuste salarial de 5,18% foi debatida e descartada em duas assembleias realizadas pela categoria no mesmo dia. Na época, o pleito de 12,5% foi mantido. Entre as assembleias, porém, no início da tarde, os trabalhadores promoveram ato que causou retenção no trânsito do Centro e comprometeu a oferta do transporte coletivo. A passeata ocorreu na Avenida Getúlio Vargas – sobretudo na esquina com a Rua Mister Moore – e na Avenida Rio Branco, nas proximidades da Cesama. Os ônibus circularam em velocidade reduzida, o que levou muitos passageiros a desistirem da espera e seguirem a pé.

No dia 2 de setembro, porém, após a recusa de 6,18% de aumento, o Sinttro entrou em estado de greve. Na época, a Tribuna conversou com o sindicato, que afirmou que qualquer movimento paredista seria avisado com antecedência.

Na última semana, uma nova reunião entre as partes aconteceu na semana passada, dia 8, quando a proposta, dada como final por parte da entidade patronal, foi, novamente, de 6,18%, sendo 5,18% a partir de janeiro e 0,5% a partir de julho de 2026, além do aumento do tíquete convencional para R$ 510 e do extra para R$ 400. Diante da negativa da maioria presente, foi anunciada a greve, cujo edital foi publicado na sexta-feira (12). O ato paredista, agora suspenso, estava marcado para iniciar na primeira hora desta terça. 

 

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