Atléticas fazem vaquinha virtual para comprar EPIs para instituições de JF
O objetivo é arrecadar R$ 3 mil para compras de materiais para instituições filantrópicas
A pandemia do novo coronavírus fez com que os principais eventos esportivos do Brasil e do mundo fossem adiados ou cancelados. Todos os campeonatos foram afetados, de jogos universitários até as Olimpíadas. De casa, muitos atletas dividem suas rotinas de treino adaptadas, com elementos do cotidiano. Outros se dedicam a pensar em como ajudar as outras pessoas a passar por esse momento. É o caso de 21 atléticas de Juiz de Fora, que se reuniram em uma vaquinha, para comprar materiais para instituições da cidade. As atléticas são associações independentes, formada por alunos, que promovem integração entre estudantes e motiva os acadêmicos a participarem de competições esportivas, além de promover ações sociais.
O objetivo é arrecadar o valor de R$ 3 mil. Um terço desse total deve ser destinado à compra de álcool em gel. Os outros dois terços devem ser destinados à aquisição de máscaras descartáveis e de pano, para destinar ao Abrigo Santa Helena e à Fundação Espírita João de Freitas.
A primeira atende 145 idosos, com 90 funcionários. A segunda trabalha com o mesmo público, atende 80 pessoas e tem 40 colaboradores. Não há data limite para a arrecadação. Ela fica aberta até alcançar a meta. A iniciativa prevê que a prestação de contas ocorra após a superação da meta. Serão descritas e divulgadas tanto a aquisição de itens, quanto a quantidade destinada a cada uma das instituições e forma de entrega.
“Fiz o contato com as instituições, levantei o efetivo de funcionários, para ter noção do que é necessário e de quanto poderíamos destinar a cada uma”, conta o estudante de Ciências Sociais da UFJF Pedro Henrique Ramalho Lima, que é presidente da União Lúdica dos Estudantes de Ciências Humanas (Uldech), atlética que reúne estudantes de cursos como Ciências Sociais, Letras e Pedagogia.
Pedro conta que a iniciativa partiu da solidez do movimento das atléticas, que nesse momento de necessidade, podem convergir para a solidariedade. “Em Juiz de Fora, temos atléticas muito fortes. Eu acredito que a importância delas vá muito além do esportivo. Então, pensei em trazer esse movimento de colaborar e trazer uma motivação, para que as atléticas incorporem a função social às suas atividades.”
Solidariedade
Pedro conta que sempre via a capacidade de mobilização das atléticas para vários fins, exclusivamente esportivos, e que ele via a necessidade de agregar outras atividades. Ele fez o contato com atléticas de instituições federais e particulares. “Todas apoiaram. Alguns membros deram total suporte, quando precisávamos buscar o contato de algum fornecedor, eles repassavam, indicavam onde procurar. Isso facilita muita coisa e acabamos chegando mais rápido na ajuda.”
Esse contato surpreendeu o estudante. Essa integração e aproximação entre as atléticas era um objetivo secundário da ação, que tem funcionado muito bem, de acordo com o idealizador da vaquinha.”Criamos um grupo no WhatsApp, no qual mantemos contato. Me surpreendi com a mobilização. Aprendi muito com as seis atléticas da Saúde que participam do grupo. Elas estão mais imersas nessa situação. Na Suprema, por exemplo, os membros da atlética já estavam mobilizados com trabalho interno, produzindo álcool em gel. Isso mudou muito a minha perspectiva.”
Segundo ele, o que fica é o ensinamento sobre as decisões e ações. “Não sabemos quanto tempo vai durar a pandemia e temos a possibilidade de fazer algo relevante no nível micro. Somos capazes de modificar. Há algum tempo, eu achava que não era possível. Mas agora, vejo que podemos mudar a rotina de algumas instituições da cidade, e isso é muito interessante.”
Tópicos: coronavírus