Espionagem e abuso sexual infantil: dois suspeitos são presos em Juiz de Fora

A Polícia Federal e Civil detiveram dois homens, um por armazenar material de abuso infantil e espionar alunos, e outro por ameaçar crianças em uma academia, em ações durante a Operação Nacional Proteção Integral


Por Pâmela Costa

14/05/2025 às 13h00

Ao menos duas pessoas foram presas em Juiz de Fora acusadas pelo crime de abuso sexual infantil, entre terça (13) e quarta-feira (14). Na manhã desta quarta, a Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante um homem de 55 anos que armazenava mais de 8 mil arquivos de abuso sexual infantil.

Na casa dele, que tem vista para uma escola particular na Zona Sul da cidade, os agentes encontraram um binóculo que, segundo as investigações, seria usado para espionar o local. Já nessa terça-feira (13), a Polícia Civil prendeu preventivamente um homem de 26 anos, que ameaçava de estupro crianças que frequentavam uma academia de artes marciais, localizada na mesma região. As ações acontecem na esteira do Maio Laranja, que chama atenção para o enfrentamento e prevenção ao abuso sexual de crianças e adolescentes. 

abuso infanto juvenil foto da Policia Federal
Polícia Federal investiga computador de suspeito de abuso sexual infantil (Foto: Divulgação/ PF)

Suspeito é acusado de espionagem 

A prisão ocorrida em Juiz de Fora ocorre durante a segunda fase da Operação Nacional Operação Nacional Proteção Integral, deflagrada pela PF, e que busca identificar e prender criminosos, de todo o país, que agem principalmente na internet por meio da produção, compartilhamento e venda de material de abuso sexual infantil. 

Em Juiz de Fora, segundo a Polícia Federal, foram encontrados 8 mil conteúdos de abuso catalogados no computador na casa do suspeito de 55 anos. Ainda conforme a corporação, o homem teria também uma vasta vista para o interior de um colégio particular da cidade, e um binóculo foi encontrado na residência, junto com outros materiais de conotação sexual. A suspeita é que ele usasse o instrumento de visão à distância para espionar os alunos. 

Outros mandados foram cumpridos, simultaneamente, por todo o país, sob orientação da Coordenação de Repressão aos Crimes Cibernéticos Relacionados ao Abuso Sexual Infantojuvenil (CCASI/CGCIBER/DCIBER/PF).

“A Operação Nacional objetiva demonstrar o engajamento e o compromisso dos diversos agentes públicos envolvidos na defesa da dignidade sexual de crianças e adolescentes vítimas”, disse a PF em nota. 

A primeira fase da Operação foi deflagrada no dia 12 de março, desde então o trabalho de combate e rastreamento dos suspeitos continua. Foi dado o nome de Operação Nacional Proteção Integral como uma referência direta ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que em seu primeiro artigo apresenta o direito das crianças e adolescentes a proteção integral. 

“Não restam dúvidas quanto ao grau de lesividade que os delitos cibernéticos relacionados ao abuso sexual infantojuvenil acarretam às crianças e aos adolescentes”, destacou a Polícia. Ao passo que alerta para a importância de monitorar as crianças no mundo físico e virtual, a fim de garantir a segurança e bem-estar dos jovens. 

Ameaça de estupro 

O outro caso, envolvendo a prisão o homem de 26 anos, foi registrado pela Polícia Civil na terça-feira (13). Ele é suspeito de ameaçar de estupro alunas de 9 a 12 anos em uma academia de artes marciais, na Região Sul de Juiz de Fora. De acordo com as apurações, ele utilizava um perfil falso nas redes sociais para mandar fotos das partes íntimas, mensagens de cunho violento e de arma de fogo para as crianças. 

O homem atuava como faxineiro na instituição esportiva, conforme demonstrou as investigações iniciadas no dia 6 de maio. Em depoimento, ele confessou os crimes. Para o delegado Luciano Vidal, responsável pelo caso, uma resposta rápida das forças de segurança é imprescindível nesses casos. “Nosso foco é garantir segurança e responsabilizar quem atenta contra os direitos de crianças e adolescentes”, disse o delegado. 

 

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