JF sem vacina contra gripe na rede particular


Por KELLY DINIZ

14/04/2016 às 07h00- Atualizada 14/04/2016 às 09h50

influenzaHá 15 dias do início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, o estoque do imunizante nas clínicas particulares de Juiz de Fora já se esgotou. Preocupados com o surto antecipado da doença no país, que já vitimou 509 pessoas, sendo sete em Minas Gerais, os juiz-foranos optaram por procurar pelas doses na rede privada. Na Clínica da Criança, a vacina deve chegar amanhã. Na Clínica Vaciclin, a previsão é que o imunizante chegue na semana que vem. Na Clínica Pediátrica e Vacinas Dr. Carlos Alberto Zanini, as doses só devem chegar no dia 20. A única clínica que ainda possuía a vacina na tarde de ontem era a Crescer. Ainda assim, conforme o pediatra e médico responsável pela clínica, Antônio de Pádua Biscotto, o estoque estava no fim. “Nós temos um pouco de vacina ainda, mas estamos com uma quantidade bem reduzida. Tivemos a sorte de conseguir comprar um lote a mais do distribuidor. Estamos vacinando uma média de 60 pessoas por dia.” O pediatra, infectologista e médico responsável pela Clínica Vaciclin, Mário Novais, afirma que a falta está em todo o país. “Tanto que tivemos pessoas do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e até de São Paulo procurando pelo imunizante. Nenhuma das duas vacinas (trivalente e tetravalente) tem no mercado para comprar. A trivalente acabou e não deve mais ser distribuída.” A Tribuna ainda tentou contato com mais duas clínicas particulares. No entanto, as chamadas por telefone não foram atendidas.

Na rede particular, era possível escolher entre as vacinas trivalentes e tetravalentes (ou quadrivalente). Já o SUS fornece apenas a vacina trivalente, que protege contra a Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e a Influenza B (subtipo Brispane). A tetravalente, além de imunizar contra os vírus citados anteriormente, ainda oferece proteção contra o subtipo Phuket da Influenza B. “Tanto a vacina trivalente como a tetravalente protegem igualmente contra o H1N1 que é o vírus em surto”, explica o médico Antônio de Pádua.

Mesmo fazendo parte do público-alvo a ser vacinado pelo SUS, os idosos têm sido a maioria na busca pelos imunizantes nas clínicas particulares (ver quadro). “Acredito que seja porque a campanha nacional só começa no final do mês, e a população está preocupada com a situação da gripe em São Paulo”, afirma Antônio de Pádua. Raquel Zanella, seu filho de 3 anos e a mãe de 70 anos se vacinaram em uma clínica particular. “Eu decidi levar o meu filho por causa da demora no SUS em começar a campanha. Com o surto antecipado da doença, eu fiquei preocupada. A questão de a vacina proteger contra um vírus a mais também pesou, já que é uma proteção maior.”

A grande procura pelo imunizante e a falta do produto impactaram no preço das doses. Conforme Antônio de Pádua, inicialmente a vacina era ofertada pela Clínica Crescer por R$ 120. Atualmente, está sendo cobrado o valor de R$ 130. “Compramos o último lote do distribuidor já em um valor mais caro, mas Juiz de Fora ainda é uma das cidades mais em conta. Há cidades que vendem a vacina a R$ 200.”

SUS

Enfermeiros das Unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps) de Juiz de Fora passaram por capacitação, na última terça-feira, para o início da campanha. No município, o público-alvo é composto por 118.119 pessoas. A Secretaria de Saúde informou que aguarda a chegada das doses para definir a data de início da vacinação. O material já está na Superintendência Regional de Saúde, e o repasse aos municípios irá ocorrer até amanhã. A vacinação nacional começa no dia 30 de abril e se estende até 20 de maio. No entanto, os municípios têm autonomia para antecipar a campanha.

No estado, foram registrados sete óbitos decorrente da Síndrome Respiratória Aguda Grave por Influenza, sendo dois por H1N1, ocorridos na cidade de Frutal. Guaxupé, Ribeirão das Neves e Santa Luzia registraram uma morte cada um por Influenza A não subtipado. Já o município de Astolfo Dutra teve um óbito por Influenza B. A Secretaria de Estado de Saúde ainda divulgou um sétimo óbito cuja vítima foi infectada em outro estado, mas não informou em qual cidade de Minas ela morreu.

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