Decreto que define retorno de JF à onda amarela sai neste sábado
Documento trará mudanças a serem adotadas por setores produtivos; prefeituto Antônio Almas fará live na terça
Após três semanas do avanço de Juiz de Fora à onda verde do Minas Consciente, o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 decidiu pelo retorno da cidade à onda amarela do programa estadual. Nessa faixa, ainda com restrições, é liberado o funcionamento dos serviços considerados não essenciais. Até migrar para a verde, em 24 de outubro, a cidade se manteve na onda amarela desde 8 de agosto. Na reunião desta quinta-feira (12), o colegiado deliberou pelo “passo atrás”, após o Município voltar a apresentar piora nos índices epidemiológicos nas últimas duas semanas. Em reunião na semana passada, o comitê já havia descartado possíveis ampliações no funcionamento de setores contemplados pela faixa menos restritiva do programa estadual, já que os dados já indicavam piora no cenário epidemiológico.
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De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), um decreto que oficializa o retorno à onda mais restritiva e define quais mudanças deverão ser adotadas será publicado no Atos do Governo neste sábado. O Executivo, no entanto, não divulgou quais serão, na prática, as alterações de funcionamento dos setores produtivos. Os detalhes serão divulgados no documento municipal.
O retorno a faixas mais restritivas é previsto pelo programa estadual. De acordo com o protocolo, o processo é dinâmico e varia conforme os índices epidemiológicos. Na quinta, o Governo de Minas sinalizou, inclusive, que fará uma “avaliação criteriosa nos próximos dias” sobre a situação da macrorregião Sudeste. Apesar de ainda estar na onda verde, a região apresenta piora na situação epidemiológica.
Live na terça
A Prefeitura informou também que o prefeito Antônio Almas (PSDB) fará uma live, na próxima terça-feira (17), às 11h, em que explicará à população as mudanças a serem adotadas. Ainda conforme a PJF, a decisão sinaliza um alerta para que não colapse o sistema de saúde, dado que o cenário da doença na cidade está piorando. Por esse motivo, as medidas de prevenção à Covid-19 devem continuar sendo adotadas. O uso de máscara continua sendo obrigatório, assim como o distanciamento físico e o uso de álcool em gel, entre outras medidas.
Segundo o Executivo, o retorno de Juiz de Fora à onda amarela não trará grandes impactos no funcionamento dos setores produtivos. A Prefeitura ponderou que, embora o Município estivesse na onda verde, o comitê já havia feito uma série de restrições como autosserviço (self-service) em bares, restaurantes e similares, além da proibição de venda de qualquer produto para o público, em pé, nestes estabelecimentos. Também foram vedadas atividades de entretenimento nos bares e mantida a desautorização de funcionamento de parques de diversão e temáticos, discotecas, danceterias e similares, e os serviços de sauna, banhos e área de churrasqueira nos clubes sociais da cidade. Por isso, apesar da regressão, a expectativa é que não haja grandes impactos.
Índices voltam a subir
Na semana passada, o comitê manteve as restrições devido ao aumento no número de falecimentos pela Covid-19. Segundo dados da Prefeitura, após queda no número de óbitos por 17 dias consecutivos, o Município passou a confirmar novas mortes e, desde 28 de outubro, os registros têm aumentando. Desde que Juiz de Fora aderiu à onda verde, 21 pessoas perderam a vida para a pandemia.
Além das mortes, houve aumento de novos casos de coronavírus. Em outubro, a quantidade de novos diagnósticos estava em queda. Conforme a Prefeitura, a média era de 20 confirmações diárias. Os números, contudo, voltaram a subir após o último dia 25 – um dia após o avanço oficial de Juiz de Fora à onda verde. Conforme os dados epidemiológicos atuais, a média de novos casos diários da doença subiu para 111 entre a última segunda e quinta. Somente esta semana, a cidade confirmou, por três vezes, mais de cem casos da doença em um dia.
Nesta quinta, a Tribuna mostrou que cinco hospitais de Juiz de Fora atingiram 100% da taxa de ocupação dos leitos de unidade terapia intensiva (UTI). Entre os pacientes que ocupam os equipamentos de cuidados intensivos estão os com suspeita ou diagnosticados com Covid-19, além dos com outras enfermidades. Nesta sexta, por volta das 17h, os dados mostravam que o Instituto Oncológico mantinha a taxa de 100% de ocupação nos leitos de UTI. Até o mesmo horário, a taxa geral de ocupação em leitos UTI na cidade era de 78,45%. Em recorte que considerava apenas os equipamentos de cuidados intensivos credenciados ao SUS, entretanto, o índice de ocupação subia para 78,69%. Em relação aos leitos de enfermaria, 67,06% estavam ocupados.
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