Vídeo de médica que fala sobre aborto será investigado
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso de uma médica juiz-forana, de 24 anos, que aparece em um vídeo na internet, dizendo que havia induzido um aborto em uma paciente. Em função das imagens, que ganharam repercussão em redes sociais, a profissional foi afastada do hospital onde trabalhava na cidade. No boletim de ocorrência, registrado no último dia 9, a médica relata que um vídeo pessoal foi encaminhado a uma rede privada de cerca de 20 amigos. Contudo, um deles, que ela não soube precisar qual, teria feito uma gravação das imagens e compartilhado em diversos grupos de Whatsapp, expondo a imagem da profissional de forma negativa.
No vídeo que se tornou viral, de nove segundos de duração, a jovem aparece dizendo: “Estou aqui para contar que hoje eu fiz um aborto, não em mim, é claro. Eu induzi o aborto numa paciente. Amigas, se quiserem dicas, é só pedir, viu!” Conforme a vítima, o vídeo feito por ela teria sido editado e compartilhado por outra pessoa na rede, ganhando grande proporção, pois sugere uma atividade que, segundo a médica, não é praticada por ela.
Entretanto, a médica afirma, no documento policial, que, caso o vídeo fosse visto com seu conteúdo inteiro, seria possível perceber que se trata de uma ironia, pois ela ri no final da sua fala, e não teria atingido grande repercussão. O caso foi registrado pela Polícia Militar e encaminhado para a 7ª Delegacia de Polícia Civil, onde ontem a vítima esteve conversando com a titular, Ione Barbosa. Porém, como o registro da ocorrência aconteceu na Avenida Itamar Franco, na altura do Bairro Cascatinha, no hospital onde a vítima atuava, a investigação foi enviada para a delegacia dessa região e será presidida pelo delegado Rogério Woyame. Segundo ele, a médica deverá ser ouvida na próxima semana. O policial também pretende colher os depoimentos das pessoas apontadas pela vítima que teriam recebido o vídeo feito por ela, no grupo de amigos. Por isso, ele afirmou que, até lá, não irá divulgar detalhes sobre o caso. O delegado ressaltou que, como se trata de crime na internet, vai pedir à Divisão de Crimes Cibernéticos, de Belo Horizonte, apoio na investigação.