Brigada de Juiz de Fora ganha reforço de 600 soldados
4ª Brigada de Infantaria Leve concentra agora todas as organizações militares operacionais que formam o combatente de montanha do Exército
A 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), sediada no Bairro Mariano Procópio, região Nordeste de Juiz de Fora, ganhou o reforço de cerca de 600 militares. É que, desde a última quarta-feira (7), o 12º Batalhão de Infantaria Leve, que fica em Belo Horizonte, passou a integrar a 4ª Brigada de Juiz de Fora. Com a mudança, o poder de combate da 4ª Brigada aumenta, já que passa a concentrar todas as organizações militares operacionais que formam o combatente de montanha no Exército Brasileiro. Entre elas estão os quatro batalhões de infantaria que ficam no eixo entre Petrópolis e Belo Horizonte – unidades de Juiz de Fora, São João Del Rey, Petrópolis e Belo Horizonte -, que somam cerca de 4.400 homens.
“Além do ganho no efetivo e do nosso poder de combate, aumenta também a vocação de a 4ª Brigada ser empregada em qualquer local do território, a qualquer hora. Hoje, 80% dos nossos homens são do efetivo profissional, prontos para serem empregados em operações de garantia da lei e da ordem, de pacificação e ajuda humanitária”, disse o comandante da 4ª Brigada, general Alcio Costa.
As tropas de Montanha, que são de Juiz de Fora, Santos Dumont, São João Del Rey, Petrópolis e Belo Horizonte, já participaram de diversas operações, como a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, a Força de Pacificação dos complexos do Alemão e da Penha, as Olimpíadas, a Jornada Mundial da Juventude, além da Missão de Paz no Haiti e da intervenção na crise da segurança pública do Espírito Santo, em 2017.
Desde setembro de 2013, a unidade militar mudou sua denominação de Brigada de Infantaria Motorizada para Brigada de Infantaria Leve, cuja principal característica é ter grande mobilidade. “Além da 4ª Brigada, o Exército Brasileiro tem hoje outras duas brigadas leves. São aquelas que conseguem fazer o transporte muito rapidamente pela sua estrutura. Na crise da segurança pública no Espírito Santo, por exemplo, as aeronaves pousaram aqui, embarcamos e fomos de imediato. Se tiver uma crise em outro local, e o Exército for empregado, nós temos equipamentos modulares e outras coisas muito fáceis de transportar.”
O general falou sobre a iminente modernização de armamentos na 4ª Brigada. “Somos olhados pelo comando do Exército como uma unidade para receber equipamentos, materiais. Dentro de cerca de quatro meses, estaremos, por exemplos, com todos os nosso fuzis novos”, comentou.
Uso da boina cinza diferencia a tropa
Os soldados da 4ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha) são, desde o mês passado, os únicos do país que utilizam a boina de cor cinza, que caracteriza os militares que operam em ambientes montanhosos. A mudança na cor da boina, que até então era verde-oliva, marca mais uma etapa no processo de reconhecimento da 4ª Brigada nas atividades relacionadas ao montanhismo militar.
“O Exército estipulou que algumas tropas com características especiais deveriam usar boinas diferentes, como a Brigada Paraquedista, no Rio de Janeiro, que usa a boina grená. O cinza é hoje a cor do montanhista militar. Isso traz uma motivação a mais para a tropa, que passa a ser reconhecida onde estiver operando como os boinas cinzas, além de servir para se auto-identificarem”, comentou general Alcio Costa.
Segundo o comandante da 4ª Brigada, além da boina, as tropas de montanha devem passar a usar um coturno diferenciado, próprio para operar nos ambientes montanhosos. “Já estão sendo feitos testes operacionais, com estudos com base no coturno do Exército americano, que operou no Afeganistão, que é um terreno de montanha”, comentou.
Estágio básico de combatente de Montanha
Um dos cursos que faz parte da formação do montanhista militar é o Estágio Básico de Combatente de Montanha. Existente há 40 anos no Exército Brasileiro, o montanhismo militar é ensinado em Juiz de Fora há 37 anos, no 10º Batalhão de Infantaria Leve (10º BIL), que fica no Bairro Fábrica, Zona Norte de Juiz de Fora. ” O Exército viu a necessidade de ter uma tropa que fosse especializada em operações de montanha. Minas Gerais foi escolhida pelas características naturais de relevo, começando pelo 11º Batalhão de Infantaria Leve, em São João Del Rey. Daquele embrião, se imaginou um futuro, que era ter uma Brigada de Montanha, e o futuro é hoje, somos esta brigada”, destacou o general Alcio Costa.
Nesta semana, 55 novos escaladores militares foram formados na cidade. Por ano, cerca de 600 soldados fazem a especialização. A última etapa do estágio é feita no Morro do Imperador, onde os alunos fazem a escalada. “Os estagiários passam por diversas instruções, a escalada do Morro do Imperador é o que coroa o estágio. Uma de nossas principais preocupações é com a segurança, tanto que já são 32 anos sem acidentes graves. Eles passam por um rigoroso crivo para serem aprovados”, disse o capitão Peterson Xavier, comandante da 1ª Companhia de Fuzileiros Leves do 10º BIL.
Limpeza no Morro do Imperador
Antes de fazerem a escalada do Morro do Imperador, os militares fazem uma limpeza no local. No último ano, foram recolhidos cerca de 250 quilos de lixo na área do Mirante. Na última quarta-feira (8), soldados do 10º BIL fizeram o trabalho no local. Em um dia, foram pegos cerca de 15 quilos de lixo no Mirante, em trilhas e encostas. “Esta atividade de manutenção é feita 12 vezes ao ano, em todos os nossos estágios. Fazemos o recolhimento, separação e destinação correta do lixo. É importante ressaltar a preocupação do Exército com o questão ambiental. Somos responsáveis pela manutenção de algumas importante áreas verdes da cidade, como o campo de instrução da Remonta”, comentou o capitão Leonardo Toledo, do 10º BIL. Cerca de quatro mil mudas nativas foram plantadas na área do campo de instrução recentemente.