Restrições atingem restaurantes, bares e templos religiosos em JF
Protocolos sanitários mais rígidos para atividades econômicas após permanecer na “onda amarela” são publicados
Os novos protocolos sanitários elaborados pelo Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 para atividades econômicas do setor produtivo de Juiz de Fora foram publicados nesta terça-feira (8). Após rever o retrocesso do Município à onda vermelha do Minas Consciente, na última sexta-feira (4), diante da insatisfação de lideranças do setor produtivo, o comitê lançou mão de outras medidas – publicadas por meio de resolução, no Diário Oficial Eletrônico do Município -, a fim de restringir o funcionamento dos estabelecimentos dentro da própria onda amarela. O impasse entre o Executivo e o setor produtivo acontece em meio à sucessão de índices recordes de hospitalizações diárias registradas por Juiz de Fora desde o início da pandemia.
Conforme já adiantado pela Tribuna, a resolução proíbe o consumo de bebidas alcoólicas “em todos os tipos de estabelecimentos comerciais, bem como em todo e qualquer espaço público”. Os bares e os restaurantes, por exemplo, estavam, até então, liberados a receber clientes para consumo interno de bebida alcoólica das 10h às 15h e das 18h às 22h, durante todos os dias da semana, desde que sem entretenimento e com espaçamento de dois metros entre as mesas. Além de voltar a proibir o consumo interno de bebidas alcoólicas, o Município limitou o funcionamento das praças de alimentação “em estabelecimento privado, independentemente de segmento”, a funcionar com, no máximo, 50% da própria capacidade.
As restrições de capacidade estenderam-se também a templos religiosos, já que as missas e os cultos passam a estar limitados, a partir desta terça-feira, a 45 minutos de duração, com intervalo de 30 minutos entre uma celebração e outra. Contudo, a ocupação máxima dos templos religiosos segue restrita a 20% da própria capacidade, “limitando ao quantitativo máximo de 100 (cem) pessoas por celebração” e sendo respeitados dois metros de distância mínima entre os fiéis.
Além disso, o Município ainda interveio na educação para proibir a realização de quaisquer atividades extracurriculares. Até o fim da tarde desta segunda-feira, não eram previstas novas flexibilizações além destas já anunciadas pelo Executivo. As atividades esportivas e de recreação e lazer estão autorizadas a funcionar, “conquanto observem o que consta nos protocolos sanitários estabelecidos pelo Governo de Minas Gerais”.
Embate com setor produtivo
Ao voltar atrás do regresso à onda vermelha em reunião extraordinária, o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 apontou a sinalização feita pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais em “rever as ondas do programa Minas Consciente e criar uma onda intermediária entre as amarela e vermelha”.
Desde 6 de agosto, o Minas Consciente vigora a partir de três faixas de flexibilização de atividades econômicas: a vermelha, em que apenas os serviços considerados essenciais são autorizados a funcionar; a amarela, em que serviços considerados não essenciais podem abrir as portas; e verde, em que serviços não essenciais “com alto índice de contágio por Covid-19” estão liberados.
Embora tenha avançado para a onda verde em 16 de outubro, o Município logo retornou para a onda amarela do Minas Consciente, em 14 de novembro, diante da piora do quadro epidemiológico de Juiz de Fora. Um novo recuo, desta vez para a onda vermelha fora aprovado na última quinta-feira (3). No entanto, diante da pressão de lideranças do setor produtivo, sobretudo de lojistas, o regresso foi revisto pelo Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19.
De acordo com nota emitida pelo colegiado, o compromisso de entidades de classe a veicular materiais de conscientização às medidas de higienização e ao grave quadro epidemiológico do Município em “diversos tipos de mídia”, também levou o Comitê Municipal a recuar da decisão.
“A reunião (extraordinária para rever o regresso à onda amarela) também foi motivada pelo compromisso assumido pelas entidades de classe – Sindicato do Comércio de Juiz de Fora, Associação Comercial e Empresarial e Câmara de Dirigentes Lojistas – de adotarem, em conjunto, com toda a iniciativa privada, uma campanha educativa de massa a se estender até o dia 23 de dezembro”, justificou o colegiado.
Ainda ao justificar a mudança de decisão, o comitê pontuou que eventual regresso para a onda vermelha “ficará condicionado à avaliação dos indicadores do programa Minas Consciente que serão divulgados na próxima semana”. Os índices epidemiológicos das macros e microrregiões de Minas são atualizados semanalmente pela SES às quartas-feiras.
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