Suspeito de aplicar golpes em nome de padre é indiciado

Homem de 57 anos está no Ceresp à disposição da Justiça desde o dia 11 de setembro


Por Vívia Lima

04/10/2018 às 19h24- Atualizada 04/10/2018 às 19h27

A Polícia Civil indiciou, por estelionato, o homem de 57 anos suspeito de aplicar golpes em nome do Padre Pierre Maurício. O pároco da Igreja de São José, onde são reunidas centenas de pessoas na celebração da Missa do Impossível, fez o alerta sobre os golpes nesta semana, durante a celebração. O caso era apurado pelo titular da 7ª delegacia, Vitor Fiuza. O inquérito já foi encaminhado à Justiça. A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que o suspeito está preso no Ceresp desde 11 de setembro deste ano.

De acordo com o religioso, o golpista fazia contato com as vítimas por meio de ligações telefônicas e se identificava como sendo o pároco. O suspeito já tinha conhecimento prévio sobre a religiosidade da vítima e perguntava se a pessoa poderia emprestar ou doar quantias em dinheiro. Após este contato, o homem seguia até a casa do doador, se passando por um colaborador da igreja, e arrecadava os valores. Ainda conforme o padre, alguns fiéis chegaram a doar R$ 600. Para evitar a ocorrência de crimes semelhantes, o padre orienta que as pessoas não dêem dinheiro, uma vez que a paróquia não realiza o pedido de valores em residências, nem mesmo por telefone.

Crimes

Um dia antes de ser preso, segundo o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) ao qual a Tribuna teve acesso, o suspeito teria abordado três pessoas e pedido dinheiro a elas. A uma moradora do Bairro Santa Luzia, na Zona Sul, de 63 anos, ele solicitou a contribuição de R$ 25, alegando que o filho dele estava internado em uma unidade de saúde e necessitava de ajuda. Já um homem, 35, proprietário de um comércio, afirmou à PM ter sido procurado pelo suspeito, que se passou por pastor e disse precisar da quantia de R$ 40 para fazer anúncio de um evento de sua igreja. Outro comerciante, 42, procurou os policiais informando que o tal suspeito o ligou e se apresentou como sendo o padre Pierre, e pediu a contribuição de R$ 30 para a produção de panfletos que seriam usados em um evento da Igreja Católica. Outras vítimas também procuraram a polícia e denunciaram casos de estelionato semelhantes.

Em outro registro policial, datado de 18 de janeiro deste ano, o homem preso aparece como autor em mais uma tentativa de golpe. No documento, uma mulher, 39, acionou a PM e narrou que o suspeito compareceu à loja dela, na Rua Jarbas de Lery Santos, no Centro, e pediu dinheiro em nome de uma igreja evangélica. Ele contou que seriam realizados diversos eventos religiosos e que precisava de dinheiro para contratar o show da cantora gospel Aline Barros. A vítima fez a doação de R$ 20. Após fazer contato com a instituição, percebeu que havia sido vítima do estelionatário. A assessoria da Polícia Civil afirmou que, à época, o homem foi preso e encaminhado a uma unidade prisional.

Venda de terços

Outro golpe envolvendo o nome do padre foi descoberto na cidade. Um outro homem estaria passando por vários bairros de Juiz de Fora vendendo terços para um suposto tratamento de seu filho, que, segundo o suspeito, teria tido o corpo queimado durante uma tentativa de roubo próximo à Escola Municipal Cecília Meireles, na Zona Norte. A fim de garantir credibilidade e sucesso nas vendas, ele se apresentava como um dos responsáveis pela organização da Missa do Impossível, realizada pelo padre Pierre. Em uma abordagem, inclusive, ele afirmou que seu filho teve fogo ateado no corpo por uma gangue, e o dinheiro já arrecadado com as vendas seria destinado a pagar o tratamento do jovem nos Estados Unidos. Entretanto, atualmente, a comercialização dos terços seria para a compra de medicamentos.
Sobre esses casos, no entanto, a Polícia Militar afirma desconhecer os fatos e pontua que não há qualquer registro deste tipo de crime. A orientação é que as vítimas procurem a PM e registrem o fato para que o suspeito seja capturado e pare de aplicar golpes na população.

Tópicos: polícia

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.