040 tem um radar a cada 4,6 km entre JF e BH

Equipamento foi instalado em Ewbank da Câmara
O trecho de 274,3 quilômetros que separam Juiz de Fora de Belo Horizonte, na BR-040, é um dos segmentos com maior fiscalização eletrônica do país. Em média, a cada 4,6 quilômetros há um radar ou lombada instalada na via, que conta com 59 equipamentos no total, conforme dados de março de 2013 (ver mapa). Parte dos aparelhos foi instalada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a partir de 2011, com a finalidade de diminuir o histórico de acidentes na rodovia. Os redutores de velocidade mais recentes são os instalados próximo a Ewbank da Câmara. Aferidos na última semana pelo Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), eles estão aptos a funcionar na entrada do município que já chegou a ter a maior relação de desastres por habitante do Brasil, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal. As duas lombadas eletrônicas substituíram os quebra-molas que estavam no local. Os dispositivos fixam a velocidade máxima na área em 30 km/h, o que vem causando protesto entre os motoristas. A principal alegação é que a grande quantidade de radares tem "atrasado" a viagem em quase uma hora. O controle eletrônico na estrada varia de 30 a 110 quilômetros por hora.
"O limite de 30 quilômetros por hora é muito baixo para qualquer rodovia brasileira, já que a lei estabelece velocidade máxima de até 110 quilômetros por hora. Quem vai para Belo Horizonte é surpreendido, a cada trecho, com mudança nos limites fixados pelas placas. Em alguns segmentos, a velocidade permitida chega a 50 quilômetros por hora, em outros a 60 quilômetros por hora. Quem não conhece o percurso deve estar tendo muita dificuldade para transitar, ficando sujeito a multas. Estou gastando, em média, quase 50 minutos a mais do que o usual, em função dos radares", comentou o motorista profissional Gerson de Oliveira Paulo.
A assessoria de imprensa do Dnit, órgão responsável por 225 quilômetros dos 274,3 que separam as cidades de Belo Horizonte e Juiz de Fora, argumenta que a imposição de limite de velocidade está diretamente ligada à necessidade de aumentar a segurança na rodovia. "No caso de Ewbank, o limite de 30 quilômetros por hora foi definido com base em estudos sobre a velocidade ideal para evitar acidentes no trecho. Aliás, em todos os trechos em que os radares foram instalados havia históricos de acidentes", explica o assessor Bernardo Morais.
Segurança
De acordo com o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade, entre 2009 e 2014, serão instalados 2.696 equipamentos, que vão monitorar 5.392 faixas de trânsito no país. Dados da Conferência Global sobre o Uso da Tecnologia para Aumentar a Segurança nas Rodovias indicam que a redução da velocidade em 1% leva a uma diminuição de 2% no número de feridos leves, 3% menos feridos graves e 4% menos mortos. As vantagens também são econômicas. Pesquisa do Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Dnit apontou que, em 2008, foram gastos aproximadamente R$ 6,4 bilhões com acidentes nas rodovias federais, custo medido com o tratamento médico-hospitalar, danos aos veículos e os prejuízos provocados com os congestionamentos que os acidentes provocam, além da perda de rendimentos futuros – em caso de morte, invalidez ou incapacidade temporária.
O supervisor do Dnit de Juiz de Fora e região, Edson Ruffo, sustenta, ainda, que os redutores eletrônicos são um avanço em relação ao controle da velocidade de veículos em vias de grande fluxo, porque evitam a parada repentina dos carros, como acontece com os antigos quebra-molas. "É muito comum o carro parar, e o usuário que segue atrás não perceber a tempo, provocando uma colisão traseira. Com esse tipo de lombada, essa situação tende a não acontecer", ressaltou Edson.