Sobe para 21 o número de casos suspeitos de intoxicação por cerveja
Polícia ouve parentes de vítimas e pede exumação de corpo de mulher morta em dezembro
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou nesta segunda-feira (20) que já foram notificados 21 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol – 19 homens e duas mulheres. Segundo a secretaria, quatro casos tiveram a intoxicação confirmada e 17 estão sob investigação. Até agora, quatro pessoas morreram, umas delas em Juiz de Fora. O óbito de Paschoal Demartini Filho, 55 anos, internado na Santa Casa de Misericórdia, foi confirmado no dia 7. O monoetilenoglicol e dietilenoglicol, substâncias contaminantes, estava presente em bebidas produzidas pela cervejaria mineira Backer e consumidas por essas pessoas.
Inicialmente, as duas substâncias foram encontradas na marca Belorizontina, que é vendida como Capixaba no Espírito Santo. No entanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou a presença de substâncias tóxicas em outros rótulos da cervejaria: Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.
Parentes depõem
A Polícia Civil de Minas Gerais colheu depoimentos de parentes de pessoas intoxicadas. Três testemunhas têm parentesco com pessoas hospitalizadas e uma é parente de uma falecida.
O delegado Flávio Grossi, que preside o inquérito, encaminhou à Justiça, o pedido para a exumação do corpo da mulher que teria sido a primeira vítima da intoxicação. Ela morreu em 28 de dezembro, ou seja, antes da detecção da substância nas cervejas.
A polícia voltou nesta segunda à fábrica da Backer, em Belo Horizonte, para tirar dúvidas sobre o processo de produção da cerveja. Os agentes levaram mais amostras para análise. “Insta ressaltar que a empresa cooperou com os trabalhos, como tem sido desde o início das investigações”, diz nota divulgada pela polícia.
A empresa que fornece monoetilenoglicol para a Backer também foi procurada, e amostras da substância foram recolhidas.
Tópicos: cerveja contaminada