Quantidade de mulheres com artrose após a menopausa mais que dobra; entenda os motivos
Pesquisa mostra avanço de 133% entre 1990 e 2021, com impacto maior em mulheres acima de 55 anos
A quantidade de mulheres com artrose após a menopausa mais do que dobrou entre 1990 e 2021, segundo estudo da Universidade de Hangzhou, na China. A pesquisa indica crescimento de 133% nos casos globais da doença — também conhecida como osteoartrite — no período. O aumento das incapacidades associadas ao desgaste articular também chamou atenção: houve avanço de 142% nos anos de vida saudável perdidos por mulheres com artrose pós-menopausa.
O estudo foi publicado em março na revista BMJ Global Health e utilizou dados do Global Burden of Disease de 2021, levantamento que mede o impacto de doenças crônicas em 204 países, incluindo o Brasil. A análise revela crescimento expressivo da osteoartrite entre mulheres com mais de 55 anos, faixa etária correspondente à menopausa, com maior concentração de casos em regiões de alta renda.
A reumatologista Isabella Monteiro, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia, explica que o estrogênio exerce função importante na proteção das articulações. “Durante a menopausa, ocorre queda na produção hormonal, favorecendo processos inflamatórios e a degeneração da cartilagem. Além disso, fatores como perda óssea, ganho de peso e alterações musculares relacionadas ao envelhecimento também contribuem para o agravamento da osteoartrite.”
Doença compromete articulações e pode gerar dor incapacitante
O desgaste causado pela artrose pode afetar diversas articulações. No estudo, a maior parte das mulheres apresentava sintomas nos joelhos, articulação mais frequentemente associada à perda de mobilidade. Também foram comuns os quadros de osteoartrite nas mãos, sobretudo entre mulheres de 55 a 64 anos — nessa faixa, as incapacidades foram o dobro das registradas entre homens da mesma idade.
De acordo com o reumatologista Henrique Helson Herter, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a artrose de joelhos e quadris é a que mais compromete a autonomia, por prejudicar locomoção e mobilidade. “A dor crônica e a limitação de movimento podem impedir até atividades simples, como subir escadas ou caminhar.”
Casos mais graves podem exigir aplicação de medicamentos diretamente na articulação ou até o uso de próteses. No entanto, segundo especialistas, sessões de fisioterapia e o uso de analgésicos e anti-inflamatórios costumam trazer melhora significativa.
Estilo de vida influencia na prevenção
Além das alterações hormonais, fatores como obesidade também contribuem para o avanço da osteoartrite. Segundo o levantamento, a prevalência de sobrepeso entre mulheres acima dos 55 anos subiu de 17% para 21% entre 1990 e 2021, sendo responsável por 20% dos anos saudáveis perdidos por dor articular.
“A obesidade é um fator de risco tanto mecânico quanto inflamatório”, afirma Isabella Monteiro. “O excesso de peso sobrecarrega articulações como joelhos e quadris, e o tecido adiposo libera substâncias inflamatórias que aceleram o desgaste da cartilagem.”
Diante disso, manter hábitos saudáveis é uma das principais estratégias de prevenção. Segundo o fisioterapeuta Thiago Vilela Mendes, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), a prática de atividades físicas ajuda a preservar a saúde das articulações. “Exercícios orientados reduzem a inflamação, fortalecem a musculatura e aumentam a estabilidade óssea, diminuindo o risco de lesões.”
Também são recomendadas medidas como ingestão adequada de cálcio e vitamina D, abandono do tabagismo e realização de exames regulares. A densitometria óssea é o principal exame para avaliação da saúde óssea e articular.
A orientação é que mulheres iniciem esse acompanhamento a partir dos 45 anos, ou antes, se os sintomas da menopausa surgirem precocemente. “A periodicidade depende do histórico individual, mas, em geral, os check-ups devem ser anuais. Casos com histórico familiar de osteoartrite ou fraturas devem receber atenção especial”, completa Isabella Monteiro.
*Texto reescrito com o auxílio do Chat GPT e revisado por nossa equipe