Sabor e brasilidade: conheça o Carlota, novo restaurante na Praça do Cruzeiro
Aprenda a fazer o bolinho de carne de panela
O Carlota é um restaurante, que também se tornou um bar, inaugurado há cerca de quatro meses na esquina das ruas Carlota Malta e Francisco Vale, bem em frente à Praça do Cruzeiro. Thiago Venâncio, que também é proprietário do Glória – um outro bar e hamburgueria que já, já está de casa nova, no Vale do Ipê -, costumava passar por essas ruas de carro. Via aquela praça. Pensava que seria interessante se ela fosse ocupada, de alguma forma. Viu, um dia, que tinha uma loja sendo alugada exatamente em frente. Não esperou muito para logo entrar em contato e alugar o ponto.
Thiago, a princípio, só sabia que queria ter um restaurante. E que fosse uma coisa diferente do Glória, com um outro foco. E lá foi ele pesquisar as referências para criar o Carlota, que foi ganhando uma cara super brasileira escancarada desde o cardápio até a decoração e inclusive a música que se toca por lá. Os pratos bebem de referências dos quatro cantos do Brasil, e a proposta é variar os ingredientes e as combinações, mas mantendo essa ideia-primeira da brasilidade, que é o que Thiago sempre quis.
Ele, inclusive, é formado em arquitetura. Caiu nos negócios gastronômicos quase que por acaso: começou de garçom, ajudando uma amiga, até criar um negócio que fosse seu. Ele confessa que gosta de cozinhar, sim. Inclusive, conta que o primeiro cardápio do Glória, dos hambúrgueres, foi criado por ele. “Eu sempre gostei muito da cozinha, de cozinhar, mas não achava que isso seria uma coisa importante no meu trabalho. Eu não me sinto nesse lugar de cozinheiro porque eu não consigo mais ficar tanto dentro da cozinha. Por exemplo, no Glória, no começo, eu entrava na cozinha e fazia tudo pela primeira vez. Agora, eu já não consigo mais fazer isso. Mas eu vou, pesquiso, elaboro alguma coisa, escrevo e passo para os meninos da cozinha executarem e a gente vai testando.”
Apesar de não exercer a arquitetura, dá para perceber que ele traz algumas coisas da profissão na forma como pensa seus negócios: tudo muito bem planejado. “Na arquitetura, você pesquisa, aí conversa com o cliente, pesquisa mais. A partir das referências cria alguma coisa. Eu acho que faço isso o tempo inteiro aqui e no Glória”. E tudo é aos poucos: das realizações às conquistas. E foi assim no Carlota. Ele só alugou esse ponto porque a praça sempre foi o que o chamou ali. É preciso um alvará para ocupá-la. E ele não tinha. Mas conseguiu, recentemente, e já pode colocar algumas mesas e cadeiras por lá. “O Carlota chegou dando cor para a praça. Teve morador que agradeceu a gente por ocupar aqui. A gente foi muito bem recebido. E tem um pessoal que se identifica também com o cardápio, com a proposta.”
A ideia principal era mesmo um restaurante, mas ele tinha esse desejo de que fosse um bar também. E, aos poucos, foi conseguindo trazer esses dois conceitos ao lugar. Ainda mais com a possibilidade de usar a praça, essa ideia de boteco ficou ainda mais latente, e ele foi pensar, então, no cardápio para essa nova fase. Ele conta que o primeiro prato que pensou para o Carlota foi uma carne de panela, que ele serviu em um evento-teste que fez com os amigos quando o lugar ainda nem estava pronto. “Eu nem gostei tanto da carne de panela, mas todo mundo amou”, ri. Quando foi abrir, realmente, quis fazer de novo, mas do jeito que ele queria mesmo. E foi, então, o primeiro prato servido lá. Até hoje, é um dos mais pedidos e, a cada quinze dias, entra no cardápio de almoço.
Quando foi, então, pensar nessa ideia de boteco, quis fazer um petisco para combinar. “Eu queria que fosse uma coisa nossa, que a gente produzisse, e que, quando as pessoas fossem comer, sentissem um sabor que remetesse ao Carlota. E eu pensei na carne de panela, nosso primeiro prato”. Isso de ser uma “coisa nossa” é ideia também estampada na parede e simboliza tudo por ali: o fato de ser uma cozinha bem brasileira, ocupar a praça, um espaço que é nosso, consumir a música brasileira, que também é nossa. Tudo simbólico. Sobre o petisco, ele continua: “Comecei a pesquisar receitas e a gente fez esse bolinho de carne de panela, que é adaptação do nosso primeiro prato”. Deu certo. E foi o petisco que Thiago achou interessante ensinar aos leitores, já que representa o começo de tudo e esses rumos do Carlota.
Bolinho de carne de panela
Por Thiago Venâncio
Ingredientes
1kg de costela
300g bacon
400g de batata
400g de cenoura
1/4 de uma xícara vinho tinto
.1/2 xícara extrato de tomate
Sal a gosto
4 folhas de louro
Pimenta do reino a gosto
Farinha de rosca 100g
Farinha panko 500g
1 cebola grande
90g de alho
Modo de preparo
Corte a costela em cubos, tempere com sal a gosto, pimenta do reino e reserve. Refogue a cebola e o alho, adicione o bacon e misture bem. Em seguida junte o extrato de tomate, as folhas de louro e vinho. Deixe cozinhar por alguns minutos. Junte a carne e misture bem.Tampe a panela e aumente o fogo. Quando começar a apitar, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 30 minutos. Enquanto isso, prepare os demais ingredientes: descasque e corte as batatas e as cenouras. Desligue o fogo, abra a panela e adicione as batatas e as cenouras cortadas e misture até encorpar.
Deixe esfriar numa travessa, em seguida desfie a carne e misture bem a farinha de rosca até ficar uma massa homogênea e levemente firme. Em seguida forme os bolinhos com ajuda de uma colher e passe cada bolinho em uma mistura de leite e ovo e em seguida na farinha panko. Frite e sirva com maionese apimentada.
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