A volta às aulas presenciais em Juiz de Fora
PUBLIEDITORIAL
Sindicato das escolas particulares da região, Sinepe/Sudeste trabalha para o retorno em agosto conforme determinação da Vara da Infância e da Juventude
A pandemia no Brasil já dura mais de 15 meses. Desde então, crianças, adolescentes, professores e as próprias famílias tiveram que se adaptar a uma nova realidade: aulas virtuais. Com elas, uma série de dificuldades foram surgindo, colocando em risco o aprendizado dos alunos, com indício de desenvolvimento de problemas relacionados à saúde mental, aumento da evasão escolar, violência doméstica e, até mesmo, fome. Diante desse cenário, várias escolas de diferentes cidades encontraram possibilidades de reabrirem, com base em protocolos sanitários predefinidos e avaliados pelos órgãos cabíveis das respectivas prefeituras e do Estado, de maneira híbrida, ou seja, com aulas on-line e presencial, e facultativa. Em Juiz de Fora, isso ainda não aconteceu. Mas, em vista de o município estar enquadrado na Onda Amarela do Programa Minas Consciente, era para ser uma realidade, uma vez que esse estágio permite retorno gradual e seguro. No último dia 22 de junho, o juiz da Vara da Infância e da Juventude da comarca local, Ricardo Rodrigues de Lima, determinou que Juiz de Fora deve seguir as diretrizes do programa estadual Minas Consciente para a volta às aulas presenciais, com expectativa de início em agosto próximo. O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particulares da Região Sudeste de Minas Gerais (Sinepe/Sudeste) vem lutando desde o começo da pandemia, reforçando suas pautas com base nessa ação judicial, para que a escola seja reafirmada como direito de todas as crianças e adolescentes.
As aulas precisam, definitivamente, voltar
Sempre presente nas reuniões sobre a volta às aulas presenciais, o Sinepe/Sudeste, inclusive, já desenvolveu um documento com mais de 300 páginas, reafirmando, como compromisso público, a volta às atividades presenciais de forma segura, com orientações a escolas, professores, pais e alunos. Apesar de tudo isso, a Prefeitura de Juiz de Fora diz que quer recorrer da decisão judicial e não sinaliza datas específicas para o retorno, apontando que só seria possível após a segunda dose da vacina aos profissionais da educação, o que acontecerá só em setembro. Anna Gilda Dianin, presidente do Sinepe/Sudeste rebate o posicionamento da Prefeitura de Juiz de Fora e pede para que esta não recorra da determinação da Vara da Infância e da Juventude, ressaltando que tal medida contribui, definitivamente, para prejudicar o ano letivo de 2021, e, consequentemente, aumentar os inúmeros prejuízos do ensino remoto.
Escolas particulares já estão preparadas para a volta às aulas presenciais
De acordo com Miguel Detsi, diretor administrativo do Sinepe/Sudeste, as escolas particulares já estão preparadas para o retorno, com alterações na estrutura, treinamento de equipe e protocolos definidos e seguidos. “Depois dessas definições, com o protocolo sanitário da cidade aprovado, partiu-se para o Plano de Retorno das Atividades, em que todo esse trabalho foi materializado. Nele, pormenoriza-se como as atividades presenciais serão retomadas, com distanciamentos, oferta de álcool gel, questões sanitárias, entre outros. Isso, a maioria das escolas já fez, e o papel, depois, é mostrar para a família que, sim, as escolas estão seguras e podem receber os alunos, professores e demais profissionais.” Ele completa que as escolas particulares estão responsavelmente preparadas e só não voltaram por decisão política.
Anna Gilda, além disso, ressalta que esses protocolos, definidos tanto pela Prefeitura quanto pelo Estado de Minas Gerais, possuem margem de diferença pequena entre as escolas, que variam de tamanho físico, alunos atendidos, ensino, entre outros, mas a base é a mesma e deve ser sempre seguida, como em outras atividades que já voltaram a funcionar normalmente. Ainda assim, é importante lembrar que o ensino proposto é facultativo. Uma vez aderido, é dever da família obedecer às regras e recomendações, que são apresentadas de maneira clara pelas escolas. Por isso, tanto Anna Gilda quanto Miguel definem que as palavras-chave do momento são segurança e colaboração, com base no diálogo, educação e conhecimento. E, nesse sentido, o Sinepe/Sudeste continuará trabalhando na orientação, sugestão e recomendação, de maneira incansável, para que as escolas sejam, realmente, abertas e, posteriormente, permaneçam no ensino híbrido.
O foco são as crianças
Desde o começo, o Sinepe vem trabalhando junto às escolas associadas de 16 cidades da região sudeste de Minas Gerais, produzindo materiais de orientação na elaboração de protocolos para o retorno às aulas, com estratégias eficazes, seguras e comprovadas. Em algumas dessas cidades, essas ações já tiveram sucesso. De acordo com Anna Gilda, “essas ações são para evidenciar as crianças como prioridade, não só no sentido escolar, mas em todos os demais”. Ela observa, ainda, que esse posicionamento está presente, inclusive, na Constituição Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente e em tratados internacionais assinados pelo Brasil, como a Declaração dos Direitos da Criança, entre outros.
Site: https://sinepesudeste.org.br/