Veja por que a Covid-19 pode agravar cada caso dos grupos de risco
PUBLIEDITORIAL
Infectologista da Santa Casa esclarece sobre as características desses quadros clínicos que podem deixar o paciente mais vulnerável ao coronavírus
Com o avançar da pandemia, juntamente com o surgimento de novos casos do coronavírus e o começo do inverno, os cuidados com a saúde precisam ser redobrados, ainda mais em relação a resfriados, gripes e outras doenças crônicas que tendem a se agravar nesta época do ano. Algumas delas, inclusive, correspondem às comorbidades consideradas como grupos de risco com relação à Covid-19.
Por isso o Saúde em Dia, canal de comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, explica sobre o quadro clínico de cada uma dessas doenças, como hipertensão, diabetes, doença renal crônica (DRC), obesidade, asma e doenças respiratórias em geral, além de doenças autoimunes, câncer e envelhecimento, que impactam na condição de saúde e deixam os pacientes mais vulneráveis ao novo coronavírus.
A médica infectologista Simone Pifano, responsável pelo serviço de controle de infecção hospitalar da Santa Casa e membro do Comitê Gestor para a Covid-19 formado pela instituição, alerta para as doenças respiratórias, muito comuns nesta época do ano e que, devido aos seus sintomas, podem ser confundidas com infecção causada pelo novo coronavírus.
“Daí a importância da vacinação contra a influenza, dos cuidados em relação aos agentes que desencadeiam crises como mofo, cheiro forte e poeiras, além da transmissão interpessoal de outros vírus que são preveníveis com os mesmos cuidados relacionados à Covid-19, como distanciamento social, lavagem de mãos e uso de máscaras”, reforça.
Outra dúvida muito comum a respeito das doenças respiratórias é o sobre a aplicação de corticoide e outras medicações para controlar as crises. A infectologista reitera que o uso deve ser continuado conforme orientação médica, pois controlar a doença pré-existente é essencial para manter também a melhor evolução no caso de infecção pelo novo coronavírus.
Idoso: Atenção redobrada
Os idosos também fazem parte dos grupos de risco da Covid-19. E eles, por mais saudáveis que sejam, apresentam uma deficiência orgânica relacionada ao próprio envelhecimento. “Isto contribui para que, diante de uma agressão por infecção, acabe com o equilíbrio existente até então das funcionalidades dos órgãos, o que os leva mais facilmente às complicações”, destaca Simone.
“O objetivo da Santa Casa, em seu firme propósito de prezar pela transparência, é orientar a comunidade quanto aos cuidados em relação à Covid-19. Nos casos de pessoas dos considerados grupos de risco, essas informações precisas são de extrema importância para que as famílias se sintam mais seguras nesse momento de pandemia”
Dr. Renato Loures
Membro do Conselho de Administração da Santa Casa
Doenças crônicas: Hipertensão, diabetes, DRC e obesidade
Boa parte da população brasileira é portadora de alguma doença crônica, que não tem cura mas possui controle dos sintomas. Uma das mais presentes é a hipertensão arterial. Pacientes hipertensos tendem a apresentar uma sobrecarga no sistema circulatório, principalmente no coração. Segundo Simone Pifano, para que este paciente responda melhor a uma infecção, é preciso controlar a doença por meio da adoção de hábitos saudáveis, como dieta com pouco sal e atividade física, redução do estresse e fazer uso regular dos anti-hipertensivos.
Outra bastante comum e, às vezes, somada à hipertensão, é o diabetes. O paciente portador desta comorbidade, sem controle adequado, apresenta irritação dos vasos sanguíneos que, consequentemente, altera o funcionamento de todos os órgãos do corpo. “As pessoas com diabetes devem seguir uma dieta sem açúcar, fazer uso dos hipoglicemiantes orais, ou insulina, conforme prescrição médica, além de manter demais hábitos saudáveis”, ressalta a infectologista.
A doença renal crônica (DRC) também é outro fator de risco para a Covid-19, principalmente por estar associada, em alguns casos, a pacientes diabéticos e hipertensos. Em muitos casos, o paciente está em um programa de diálise e faz uso de imunossupressores. “Para controle da DRC, necessitamos de medidas associadas ao controle das doenças de base e o uso correto dos medicamentos prescritos. Também é preciso acompanhamento médico regular e terapia dialítica conforme indicação clínica”, ponta Simone.
A obesidade é uma comorbidade que pode estar associada às doenças citadas anteriormente, como DRC, diabetes e hipertensão. De acordo com Simone, pacientes obesos apresentam sobrecarga cardíaca por conta dessas e outras doenças. “Para o controle, é indicado seguir o acompanhamento específico com dieta, exercício físico e medicação conforme indicação médica.”
Além de ser uma doença respiratória, a asma é crônica, o que demanda ainda mais atenção. O paciente asmático, de acordo com a infectologista, quando possui outras doenças pulmonares, já apresenta graus variados de sobrecarga pulmonar e, diante de uma infecção viral, essa condição pode agravar ainda mais o bom funcionamento do órgão.
“As maneiras de se controlar a asma são evitar a exposição em ambientes que possuem poeira, cheiro forte ou outros produtos que podem provocar crises. O paciente deve ainda fazer uso regular dos medicamentos prescritos para controle, como corticoide e broncodilatadores.”
Doenças autoimunes e câncer
Pacientes com doenças auto imunes apresentam alterações no sistema imunológico e muitas vezes usam imunossupressores. Por conta dessas características, podem se tornar pacientes com maior gravidade ou complicações diante do coronavírus. Mas, conforme a médica, este quadro ainda é um objeto de estudo. “Diante de uma infecção causada pelo coronavírus, esses pacientes podem ter necessidade de suspender alguns medicamentos que fazem parte do seu tratamento. Logo, devem seguir rigorosamente a orientação do médico responsável pelo controle da doença”, recomenda.
Já os pacientes em tratamento contra o câncer fazem uso de medicamentos quimioterápicos, radioterapia ou outros tipos de tratamentos direcionados às células doentes. Em uma visão geral, essas terapias levam à diminuição de sua imunidade. “Pacientes com câncer devem manter hábitos saudáveis, fazer uso corretamente dos medicamentos profiláticos e terapêuticos e, quando houver, controlar doenças de base como diabetes e hipertensão. Isso é fundamental”, finaliza.
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