Como adaptar o quarto para qualquer idade
Mobiliário atemporal e multifuncional é a dica para criar ambiente aproveitado da infância à fase adulta, passando pela adolescência
Foi-se o tempo em que os quartinhos infantis precisavam ter, necessariamente, móveis na medida dos pequenos. Antes mesmo de o bebê nascer, boa parte dos pais já pensa em dormitórios que possam ser aproveitados pela criança até a sua adolescência. Para arquitetos, ter este pensamento ajuda na hora de realizar a transição a partir de alterações pontuais.
A parte mais onerosa é o mobiliário. No caso de um quarto de criança, alguns móveis se tornam obrigatórios, como berço, cômoda e armários. “O armário para a criança precisa ter as medidas e padrões de um armário normal, pois ao fazer algo para roupas e sapatos menores, em pouco tempo, ele não vai mais comportar essas peças. Os armários ainda precisam ser duráveis e neutros. Normalmente as pessoas optam pelo branco ou madeirado”, destaca a arquiteta Raquel Fraga.
Outro ponto são os quartos temáticos e cheios de modismos. “O quarto precisa ser neutro, com cores em papéis de paredes, nas colchas, nas almofadas, tapetes e adornos. Esses itens podem ser trocados com o tempo, e isso é muito pensado atualmente, visando à economia e à reutilização de móveis. É bom evitar, também, cores ou temas em móveis, persianas e cortinas”, sugere a arquiteta Fernanda Nicolau.
Dois anos: hora da mudança
Para se ter uma ideia, o quarto do bebê é aproveitado pela criança até, pelo menos, os 2 anos. A partir desta idade, o berço dá lugar à cama, enquanto os outros móveis ganham novas funções. O modelo que tem sido a preferência dos pais é a cama box, de preferência com uma cama extra embaixo para receber algum amiguinho. “É bom colocar uma cabeceira bonita, feita por um estofador ou marceneiro, que fica embutida na parede. A bancada multiuso, que antes abrigava o trocador, agora pode se transformar em uma mesa de estudos ou penteadeira”, comenta Raquel Fraga.
Nesta fase, segundo Fernanda Nicolau, começam a surgir outras necessidades, como criar locais acessíveis para guardar brinquedos. Os nichos também são boas saídas, já que na infância abrigam brinquedos, mas podem acomodar livros na adolescência. “De acordo com o crescimento da criança, podemos fazer essas pequenas alterações, pensando sempre em atualizar as cores de paredes, de acordo com a sua personalidade, mesclando suas vontades e desejos com a harmonia do projeto.”
Antes da estética, segundo as profissionais, os quartos precisam prezar, principalmente, pela funcionalidade. “Em apartamentos, temos feito quartos para que as crianças possam guardar e selecionar os objetos, ou dispor deles de maneira mais lógica”, pontua Raquel.
Rosa e azul
Embora o azul e o rosa ainda sejam cotados, as arquitetas apontam que a preferência tem sido por cores mais neutras. “Os quartos de menina sempre pedem uma tonalidade rosa, já os de menino não são mais azuis. Busco trabalhar com caramelados, verdes e até amarelados. Tem sido muito usado o jeans, que é uma proposta moderna, bonita e masculina”, destaca Raquel Fraga.
Já para quem gosta de manter a tradição ou não liga para opiniões sexistas, Fernanda Nicolau destaca que as paletas de rosa e azul das marcas de tintas são infinitas e passíveis de serem criadas combinações supercriativas. “Jogadas bem bacanas e super bem-vindas também podem ser feitas com o verde, o laranja, o amarelo, entre outras.”
Segundo as arquitetas, a preferência dos pequenos é muito parecida. As meninas, por exemplo, querem levar para o dormitório um pouco do universo das princesas. Mas ao invés de carregar o ambiente com essa temática, a dica é escolher a cor da princesa preferida e aplicar em uma das paredes, ou em um pingente na cortina que remeta ao desenho animado de uma delas, ou colocar uma prateleira para abrigar as bonecas. Já os meninos, segundo Raquel, gostam de mostrar o skate, os jogos, os heróis, as coleções de dinossauros ou de carrinhos.
De menina para adolescente
Serão aproveitados os nichos, o painel e o guarda-roupa, mudando apenas o revestimento.
Quarto novo para menino
Com direito a cama, armários e bancada de estudos, além de cores mais interessantes.
De menino para adolescente
Foi aproveitado apenas a cama e os quadrinhos. Quarto vai ganhar bancada de estudos e novas cores.
De bebê para menina
Armários, prateleiras e nichos foram aproveitados para esta nova fase.
Idades e gêneros diferentes
Quarto infantil duplo: berço e cômoda para a bebê e cama do irmão mais velho que pode virar um sofá, além de armários e mesa de estudos e demais atividades.