Doenças silenciosas em pets: saiba como identificar
Conheça sinais que podem ser indicativos de doenças em cães e gatos

Os animais, assim como os seres humanos, sempre dão sinais de que algo incomum está acontecendo em seu organismo. É de extrema importância que o tutor saiba decifrá-los, para que, caso seja realmente uma doença, possa ser iniciado tratamento o quanto antes, proporcionando segurança e conforto ao pet.
Em alguns casos, os animais só começam a apresentar sintomas quando a doença já está em estágio avançado, por isso o tutor deve desenvolver um olhar atento ao comportamento do animal, a fim de prevenir o avanço da doença. A observação minuciosa pode ser determinante para salvar a vida do pet, assim como o encaminhamento ao veterinário, para diagnosticar ou descartar algum problema de saúde.
Lendo os sinais
De acordo com a veterinária Camila Cioffi, algumas das doenças que mais atingem gatos e cachorros são: diabetes, doença periodontal, doença renal crônica, câncer e doenças cardiovasculares.
Já a veterinária Maysa Beatriz destaca que a observação deve ser diferenciada, de acordo com a espécie e com a doença também. Em gatos, por exemplo, ela explica que “por serem predadores naturais, eles não costumam se mostrar vulneráveis, dificilmente mostrando que estão doentes, o que torna os sintomas mais sutis e difíceis de serem observados”.
Conforme a especialista, por isso mudanças comportamentais são tão importantes. “É comum os gatos apresentarem alterações renais e apatia. O gato pode passar a urinar e defecar fora da caixa de areia, o que merece atenção, porque é atípico, já que são animais bastante higiênicos.”
Já os cães, segundo Maysa, não têm essa preocupação de esconder os sintomas, como dor e incômodo, tornando a observação e a detecção mais fáceis e rápidas. “O cão pode apresentar apatia e diminuição da atividade. Se ele for ativo e agitado, pode se mostrar mais retraído e isso pode ser um sinal de alerta.” Mudanças comportamentais, como falta de apetite e dificuldade para urinar ou defecar, também podem ser preocupantes, afirma a profissional.
Como os sinais não são específicos, podendo estar relacionados a diversas doenças, é necessário buscar atendimento veterinário para descobrir qual é a enfermidade associada e tratá-la.
Enfermidades
Algumas doenças que podem apresentar sintomas inespecíficos são as doenças renais crônicas (DRC) e cardíacas, com origem em fatores genéticos ou predisposição. Felinos, comumente, não têm o hábito de ingestão hídrica, e os tutores podem auxiliar, dispondo potes de água em vários cômodos da casa e também oferecendo a ração úmida, estimulando a hidratação e prevenindo problemas futuros.
Além disso, doenças renais e cardíacas podem estar relacionadas a um outro problema de saúde: o excesso de tártaro na dentição do animal. O tártaro, como explica Maysa, consiste em bactérias que se prendem aos dentes, e da mesma maneira que ficam presas, podem acabar se desprendendo e caindo na corrente sanguínea, o que pode acarretar diversos problemas de saúde.
Testes e olhar atento
A veterinária Camila Cioffi alerta que o tutor deve avaliar a mucosa gengival, para verificar se a coloração está adequada, ou seja, sem anemia. Se a cor for avermelhada significa que o animal não está anêmico, explica.
Outro teste que Camila ensina é avaliar a hidratação, puxando de forma leve a pele na região do dorso, próxima ao pescoço. “Se a pele voltar instantaneamente para a posição inicial, o animal está saudável e hidratado; se não voltar, o animal está desidratado.” O controle de peso a cada mês também é importante para avaliar se houve perda ou ganho, além da pelagem, avaliando se os pelos estão ressecados e sem brilho, o que pode indicar algum problema.
A coloração da urina também pode ser um indicativo. Se estiver muito clara ou muito escura, merece atenção. Camila ainda ensina como identificar se o animal está sentindo dor: “Animais que sempre subiam em camas e sofás, se pararem de pular, pode significar que estão sofrendo com dores nas articulações, o que pode causar dificuldades para caminhar e se locomover”, ressalta a veterinária.
*estagiária sob supervisão da editora Fabíola Costa